Os servidores do Banco Central (BC) optaram por manter a greve que iniciou em 1º de abril, por tempo indeterminado. A decisão ocorreu em assembleia feita na última terça-feira (7), conforme o presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad.

Em suma, a manutenção da greve recebeu a aprovação de 80% dos votos. A próxima assembleia deve ocorrer na próxima terça-feira (14), em meio ao Comitê de Política Monetária (Copom). A mesma deve definir o novo nível da taxa Selic no dia seguinte, 15.

Ademais, a categoria também reduziu o pleito de reajuste, para tentar avançar nas negociações com o governo. Inclusive, deu prazo ao mesmo, para liberar o aumento até o dia 02 de julho.

Entretanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impede o crescimento de despesa com o pessoal nos 180 dias que antecedem o fim do mandato presidencial. Atualmente, os servidores pedem um reajuste de 13,5% contra 27%, que representava a recomposição das perdas inflacionárias desde 2019.

Presidente do BC diz que não haverá reajustes

Na última sexta-feira (03), os sindicatos que representam os servidores do BC receberam a informação do presidente Roberto Campos Neto, de que não haveria o aumento. Além disso, ele teria dito que iria mandar ao Ministério da Economia, uma proposta de minuta com as pautas não salariais da categoria.

"Como o BC informou que só enviaria as propostas com as medidas não salariais, nós estamos aceitando aquilo, mas exigindo a parte salarial, com reajuste de 13,5%. Fizemos isso para tentar avançar nas negociações", disse Faiad, ao Broadcast.

Ademais, a pauta não salarial engloba a definição da carreira como típica de Estado, exigência de nível superior para o concurso para técnico do órgão, alteração do nome de cargo de analista para auditor e a criação da taxa de supervisão. Em suma, essa seria paga pelo sistema financeiro para pagar o Orçamento do BC, como acontece em outros países.

De acordo com uma fonte que participou da assembleia, os itens da parte não salarial possuem impacto financeiro muito baixo, e por isso, podem ficar para 2023, mas com a necessidade de entrar como lei agora. "Então estamos insistindo nisso com a manutenção da greve. Alguns itens já foram acolhidos pela administração, mas ficou um resíduo que consideramos significativo."