A mineradora Vale (VALE3), está dando iniciou à atividades com equipamentos não tripulados para remover rejeitos em duas barragens localizadas no estado de Minas Gerais. A informação foi divulgada nessa segunda-feira, 5 de julho, por meio de comunicado ao mercado.

As barragens que estão passando pelo processo são as B3/B4, da Mina de Mar Azul, em Nova Lima, e a Sul Superior, da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais.

Para que essa operação fosse possível, ela foi analisada e aprovada por auditor técnico do Ministério Público, além de todo corpo de consultores externos contratados pela empresa para elaboração dos projetos.

Para a Vale, a utilização de equipamentos não tripulados representa um avanço do Programa de Descaracterização da empresa e o comprometimento com uma abordagem integralmente voltada à segurança das suas estruturas e das pessoas.

Saiba detalhes das operações

Atualmente, ambas as barragens estão no nível 3 do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM). Veja abaixo como se dará a operação com equipamentos não tripulados em cada uma delas:

B3/B4

Na barragem B3/B4, a remoção dos rejeitos será feita concomitantemente com a conclusão da retirada parcial de uma pilha de estéril no local, de onde já foram retirados 350 mil metros cúbicos de material desde novembro de 2020.

Sul Superior

Na Sul Superior, a remoção terá início com a coleta de amostras, que tem o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as características do material disposto no reservatório, para aprimoramento da segurança e das técnicas que serão usadas durante o processo de descaracterização, além de subsidiar estudos para definir os níveis de controle de vibração.

Também serão abertos canais para melhorar o escoamento de água da estrutura, evitando o acúmulo no reservatório, principalmente durante o período chuvoso.

Minimizar riscos

No comunicado, a Vale destacou que as descaracterizações dessas barragens são processos complexos, que sempre envolvem algum tipo de risco e que por isso, a companhia já realizou diversas ações preventivas como a retirada de todos os moradores das respectivas Zonas de Autossalvamento (ZAS) e a construção de Estruturas de Contenção a Jusante (ou seja, abaixo das barragens, no sentido da correnteza) nos dois territórios.

A Vale informa também que os equipamentos não tripulados são operados de forma remota e segura a partir de uma central de controle fora das estruturas. Além disso, tudo está sendo feito com base em um rigoroso controle que tem o objetivo de garantir a segurança dos trabalhadores e das pessoas que vivem em comunidades próximas.

Segundo o comunicado, a Vale também está estudando medidas adicionais para minimizar eventuais impactos residuais aos corpos hídricos abaixo das contenções. Ainda como parte do controle de riscos, as barragens seguem sendo monitoradas de forma permanente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG). Em caso de necessidade, as atividades serão suspensas para as devidas avaliações. As ações seguem todos os cuidados e medidas de prevenção à Covid-19.

Estruturas de contenção

Um dos detalhes que merece destaque são as estruturas de contenção construídas a jusante das duas barragens. Ela têm capacidade para conter os rejeitos em um cenário em que haja essa necessidade.

A estrutura para a barragem Sul Superior possui 36 metros de altura e 330 metros de comprimento. A estrutura para a barragem B3/B4 tem 33 metros de altura e 221 metros de comprimento.

As obras seguiram as mais rigorosas normas nacionais, as melhores práticas de engenharia e referências técnicas de entidades internacionais utilizadas para construções similares.

Empresas especialistas, independentes da projetista e da construtora, analisaram e certificaram que as estruturas são estáveis e, portanto, conferem segurança às comunidades localizadas abaixo delas. A auditora técnica do Ministério Público de Minas Gerais também ratificou a estabilidade das contenções.

Programa de Descaracterização

Desde 2019, cinco estruturas da Vale foram completamente descaracterizadas e reintegradas ao meio ambiente. A primeira foi a 8B, na mina de Águas Claras, em Nova Lima, ainda em 2019, seguida por três estruturas no Pará. A descaracterização do Dique Rio do Peixe, em Itabira, também está concluída e a próxima a ser completamente descaracterizada será a barragem Fernandinho, também em Nova Lima (MG).

O Programa de Descaracterização de barragens a montante da Vale é baseado em informações e estudos técnicos e considera a especificidade de cada uma das 30 estruturas geotécnicas, compreendendo 16 barragens, 12 diques e 2 empilhamentos drenados.

A descaracterização das barragens a montante é uma obrigação legal de todas as mineradoras e a Vale, comprometida com todos, tem realizado todas as atividades com o acompanhamento e suporte de consultores externos, autoridades e auditores técnicos das autoridades, sempre com a premissa de segurança às pessoas e ao meio ambiente.

Cada projeto, indistintamente, é revisado tecnicamente por mais de um especialista, dentre estes, o auditor técnico do Ministério Público. O cronograma e demais informações sobre o andamento das obras estão disponíveis em www.vale.com/esg.

Veja na íntegra o comunicado divulgado pela Vale.