Todos os anos, milhares de pessoas se inscrevem para entrar para o Big Brother Brasil (BBB). Conhecida como "a casa mais vigiada", o programa oferece uma visibilidade (para o bem e para o mal) e em função disso, pode abrir portas para o participante após a saída do programa.

E a edição de 2022 terminou nessa terça-feira, dia 26. Os três finalistas eram os atores Arthur Aguiar e Douglas Silva e o atleta olímpico Paulo André. E Arthur Aguiar, que ganhou 68,96% dos votos, foi quem levou para casa o prêmio de R$ 1,5 milhão, além de bastante visibilidade.

Mas será que esse prêmio é suficiente para nunca mais se preocupar com dinheiro? É o que vamos descobrir.

A inflação e o valor atual do prêmio

O grande problema é que o prêmio do BBB nunca valeu tão pouco como nos últimos tempos. E isso se dá por causa da inflação, já que ela diminui muito o poder de compra ao longo dos anos.

No ano de 2021, por exemplo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), responsável por medir a inflação oficial, acumulou uma alta de 10,06%. Isso quer dizer que o brasileiro ficou cerca de 10% mais pobre comparado ao ano anterior.

E agora, só nesses primeiros meses de 2022 o IPCA já acumula 3,20%. A expectativa do mercado é de que o índice nesse ano feche em 7,65%.

E mesmo o prêmio sendo de R$ 1,5 milhão atualmente (valor de muitos brasileiros não terão acesso em uma vida inteira), é muito importante analisar como a inflação desvaloriza o dinheiro.

Vencedor deveria receber o dobro

Em janeiro de 2002, quando se deu a primeira edição do programa no Brasil, o valor do prêmio era de R$ 500 mil. Aliás, esse seguiu sendo o prêmio até a edição de 2004. Depois, o valor entregue ao vencedor passou a ser de R$ 1 milhão durante 5 temporadas. E foi em 2010 que uma nova correção levou o prêmio para o patamar atual de R$ 1,5 milhão.

Porém, considerando que, de 2010 até o ano completo de 2021, a calculadora do Banco Central mostra uma inflação acumulada de 101,3%, para que um participante de hoje recebesse a quantia proporcional ao prêmio pago em 2010, ele deveria ganhar pelo menos R$ 3.019 milhões.

Ou seja, o valor do prêmio deveria ser o dobro do que é pago atualmente.

O que fazer com o prêmio?

Bom, mas e então, o que fazer com esse prêmio. O fato de ele estar bem abaixo da inflação também não significa que ele não seja um bom prêmio e que não tenha utilidade, afinal, qualquer dinheiro, se bem administrado e aplicado pode render de uma forma muito legal.

E existem muitas alternativas. Inclusive, isso vale não apenas para quem entrou no BBB e recebeu uma bolada, mas também para aqueles que receberam uma herança, um prêmio na loteria, ou qualquer outro dinheiro.

Entre as opções, por exemplo, estão o pagamento de dívidas que estejam acumulando juros, a aplicação de dinheiro em ativos de renda fixa e/ou variável (como títulos do tesouro nacional, ações, ETFs, BDRs, FIIs, etc) e ainda na reserva de uma quantia para emergências.

Além disso, no caso dos participantes do BBB, muitos deles saem de lá já com contratos de publicidade fechados, patrocinadores interessados em lhes pagar boas quantias (como foi o caso da Juliette e do Gil do Vigor), e no fim eles acabam ganhando muito mais do que o prêmio do programa.

Se o dinheiro foi utilizado com consciência, talvez eles nem precisem mexer no prêmio de R$ 1,5 mil. Eles podem aplicá-lo, deixá-lo rendendo e seguir vivendo com o valor desses patrocínios, publicidades e com a nova carreira.

Então, afinal, é possível se aposentar com o valor do prêmio?

E, no entanto, se os vencedores forem do time que quer se aposentar sendo vencedor do BBB, mesmo sem o reajuste necessário, eles também conseguem, afinal, tendo R$ 1,5 milhão bem aplicados, o rendimento mensal pode, muito tranquilamente, ser uma espécie de salário.

Agora, se ele não aplicar o dinheiro e escolher apenas viver com aquele valor, ele possivelmente acabará sem dinheiro em pouco tempo. Se ele estiver com 30 anos, por exemplo, e todos os meses tirar R$ 10 mil da conta, com 47 anos ele já estará zerado.

E nesse sentido, o valor do prêmio atualizado pela inflação (de R$ 3 milhões) seria melhor também, porque então ele poderia viver até os 107 anos retirando R$ 10 mil todo mês (sem fazer nada e sem nenhuma rentabilidade), ou R$ 12 mil até os 75 anos.

Então, é melhor investir não é mesmo?

Aliás, isso vale para todos nós!