A alimentação está cada vez mais cara no Brasil. Essa é uma sensação que os brasileiros vêm tendo e a comprovação está na pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de São Paulo. Ela mostra que no mês de outubro de 2021 a cesta básica bateu os R$ 700.

O Dieese calcula mensalmente os preços dos alimentos considerados essenciais e segundo o seu último levantamento, o custo médio da cesta básica de alimentos aumento em 16 das 17 cidades avaliadas. As maiores altas foram registradas em Vitória (6,00%), Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%), Curitiba (4,75%) e Brasília (4,28%).

Dentro desse cenário, a cesta básica mais cara foi a de Florianópolis, que bateu os R$ 700,69, seguida de perto por São Paulo (com R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85). O levantamento também mostrou que na comparação com outubro de 2020, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do estudo.

O que isso significa?

Para quem recebe o salário mínimo, atualmente em R$ 1.100,00, a alimentação básica chega a comprometer 58% da renda e segundo a Dieese, em São Paulo, por exemplo, uma pessoa precisa trabalhar mais de 138 horas só para comprar os itens de uma cesta básica. Na prática, se uma pessoa trabalha 8 horas diárias e recebe um salário mínimo, ela trabalha mais da metade do mês apenas para se alimentar.

O Dieese aponta ainda que com a cesta básica custando tudo isso, o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a a 5,35 vezes o piso nacional vigente.

- Confira aqui todos os resultados levantados pelo Dieese em outubro.

Alimentos mais caros e mais baratos

Entre os alimentos que tiveram as maiores altas no mês, estão:

  • Batata: ela teve a maior alta no último mês, com taxas que variam entre 15,51% e 33,78% dependendo da região do país;
  • Café em pó: em algumas localidades o nosso querido café ficou 10,14% mais caro no mês de outubro (vale dizer que isso já era esperado porque o café sofreu muito com o frio e com as geadas no último inverno);
  • Tomate: em 16 capitais do Brasil ele teve alta em seu preço e em algumas regiões a alta chegou a 55,54%;
  • Açucar: o quilo do açucar ficou cerca de 7,05% mais caro, em pelo menos 15 capitais brasileiras em outubro;
  • Óleo de Soja: ele já vinha caro e em outubro sofreu uma alta de 3,22%, com aumentos registrados em, pelo menos, 13 estados.

Dicas para economizar no supermercado

Aqui no Poupar Dinheiro já trouxemos artigos com dicas sobre como gastar menos no supermercado, para adaptar o orçamento em tempos de inflação alta e até para te ajudar a diminuir o consumo do gás de cozinha, além de dicas básicas para quem precisa ou quer economizar de uma forma geral.

Mas basicamente, algumas dicas rápidas e que podem te ajudar são as seguintes:

  • Evite ir ao mercado com fome, para não comprar além do necessário;
  • Verifica quais são os alimentos que estão realmente faltando em casa e faça uma lista de comprar. No mercado, se atenha a ela;
  • Tome cuidado com aquelas gondolas chamativas que mostram promoções, muitas vezes na entrada do supermercado ou próximo aos caixas. Prefira ir até a prateleira onde estão todas as opções. Lá você pode comparar os preços e muitas vezes há produtos mais em conta disponíveis;
  • Vá com tempo ao mercado, para que você possa fazer essas comparações, olhar bem os produtos;
  • Evite levar crianças ao supermercado;
  • Dê preferência aos atacados. Em geral eles possuem preços mais baixos;
  • Porém, lembre-se que nem sempre levar mais alimentos é o ideal. Os perecíveis, por exemplo, não devem ser levados em grande quantidade porque nesses casos, se estragarem, terão que ser jogados fora e assim, haverá desperdício. Algo inaceitável nos tempos que vivemos, né?
  • Experimente outras marcas, desapegue daquela marca famosa e preferida.

Para mais dicas, confira os artigos citados acima.

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