Buscar investimentos com boa rentabilidade está entre as maiores preocupações dos investidores. Nisso, há procura por ativos que possuam remunerações acima de determinados índices da economia, como a inflação e a taxa de juros.

Então, é comum o investidor encontrar oportunidades acima da taxa selic, por exemplo, que hoje atinge 11,75% ao ano, após os últimos aumentos pelo Banco Central do Brasil. Com a selic nesse patamar, o desafio é formar uma carteira que se beneficie do cenário, de alguma forma.

Um desses tipos de investimentos são os fundos imobiliários, que pagam dividendos regularmente aos detentores de cotas, com níveis que tendem ficar até mesmo acima dos pagamentos das empresas da Bolsa de Valores, em porcentagens acima da selic.

Um dos astros dos dividendos no mercado financeiro imobiliário é o DEVA11, um FII que apresenta hoje um dividend yield de cerca de 16% ou seja, muito acima da selic. Conheça:

DEVA11: o que é e como funciona

O DEVA11 é o código de negociação do Devant Recebíveis Imobiliários, que é um fundo de investimento imobiliário (FII) lançado na Bolsa de Valores do Brasil (B3) em agosto de 2020, pela Gestora Devant.

O DEVA11 é classificado como um fundo (FII) de papel, que é aquele focado em alocar recursos essencialmente em investimentos de renda fixa ligados ao setor imobiliário. Nesse caso, o DEVA11 atua com os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

Por meio das últimas demonstrações financeiras do fundo de investimento, com relatório mensal, é possível acompanhar os ganhos e perdas do DEVA11, incluindo a relação de CRIs em que o fundo investe. "Para que não ocorram descasamentos, destacamos que na carteira do DEVA11, todos os CRIs e seus respectivos lastros possuem exatamente o mesmo indexador.", explica a gestora.

Segundo o último balanço, o DEVA11 fechou em março com 90% dos recursos alocados entre 58 CRIs, 7% alocados em cotas de outros FIIs e os demais 3% permaneceram em caixa. A maioria dos CRIs do fundo, 93,7% estão atrelados à inflação (IPCA).

Assim, o FII DEVA11 carrega o nome de sua criadora com a menção do segmento em que atua. Entretanto, a administração fica por conta da Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Vale mencionar que também existe uma linha da Vórtx que atua como tokenizadora autorizada no Brasil para operar com debêntures e fundos de investimentos.

Desde seu lançamento em 2020, o DEVA11 veio se destacando no mercado financeiro e atualmente o FII possui uma participação de 1,45% no Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) da B3. Segundo o último relatório de resultados, o DEVA11 possui hoje 13.905.720,00 cotas subscritas e integralizadas, detidas entre 92.802 cotistas.

O DEVA11 tem DY de 16%?

Segundo consulta aos maiores sites de análise fundamentalista que cobrem os fundos imobiliários (FII), o DEVA11 está entre os maiores fundos pagadores de dividendos no país, com base no dividend yield.

O dividend yield é um indicador financeiro que ajuda os investidores a analisar os dividendos tanto de empresas quanto de fundos de investimentos. O DY, que na tradução literal significa "rendimento do dividendo", mostra o desempenho dos proventos pagos em relação à cotação atual do ativo.

Dado em porcentagem, o dividend yield em alta é considerado algo positivo. Assim, ele é usado para comparar o desempenho de ativos semelhantes, como entre ações de empresas do mesmo setor e fundos de investimentos.

Por sua vez, o DEVA11 atualmente possui um Dividend Yield de 16,15% nos últimos doze meses, segundo os registros atualizados até 27 de abril de 2022. O DEVA11 faz regularmente pagamentos mensais aos cotistas em forma de dividendos.

Quanto custa e como investir no DEVA11

Relativamente acessível, o Fundo de Investimento Imobiliário (FII) DEVA11 foi lançado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) com cotas de R$ 100 cada uma. Mas, entre idas e vindas, hoje o fundo é negociado por volta de R$ 96 por cota na B3.

Mas, vale mencionar, que, assim como acontece com as ações das empresas, as cotas dos fundos de investimentos oscilam bastante no mercado financeiro. Então, o preço das cotas do DEVA11 varia entre os dias.

O DEVA11 está negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e o investimento deve ser feito por meio das corretoras autorizadas. O Fundo é destinado aos investidores em geral, sejam eles pessoas físicas, pessoas jurídicas, fundos de investimento, ou quaisquer outros veículos de investimento.

DEVA11 anunciou R$ 1,31 em dividendos em abril

Os gestores do DEVA11 anunciaram um pagamento de dividendos aos cotistas para abril, em valor de R$ 1,31 por cota. O pagamento foi relativo ao mês de março desse ano e totalizou R$ 18,2 milhões em rendimentos, com um dividend yield mensal de 1,35%.

No mês anterior, os cotistas do DEVA11 receberam ainda um pagamento de R$ 1,18 por cota em forma de dividendos do fundo. Segundo os registros, os gestores pagaram uma fatia de R$ 1,25 em janeiro. Veja abaixo um pequeno histórico:

Reprodução.
Reprodução.

As taxas do DEVA11

Segundo o regulamento, o DEVA11 conta com uma taxa de administração de 1,20%. Além disso esse fundo também cobra a chamada "taxa de performance", que é tirada de rentabilidades excedentes, sendo uma taxa de 10% do que exceder 100% do CDI.

O que é um FII e como investir em 2022?

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é, como o nome sugere, uma aplicação financeira cujos ativos estão atrelados a imóveis. É como se fosse um condomínio de acionistas cujo objetivo é investir no desenolvimento e manutenção de projetos ligados ao setor imobiliário. É negociado na Bolsa de Valores por meio das chamadas "cotas", que são fatias do fundo.

A principal forma de ganho por quem compra as cotas é a distribuição do lucro obtido pelos empreendimentos - sendo que o investidor também ganha com a valorização dos ativos no mercado financeiro. O legal é que os dividendos dos FII são isentos de imposto de renda, assim as remunerações ficam mais atrativas em relação aos investimentos que pagarm tributos ao governo. Atualmente, existem vários tipos de FII, sendo eles:

  • Fundo Imobiliário (FII) de Tijolo: são fundos que investem em imóveis físicos, e que geralmente têm como renda o aluguel dos empreendimentos. Também envolve a construção e compra de novos imóveis. São exemplos de ativos de FII de tijolo os shopping centers, supermercados, galpões logísticos, escritórios e universidades;
  • Fundo Imobiliário (FII) de Papel: esse tipo de fundo imobiliário compra títulos financeiros (papéis), ao invés de imóveis físicos, mas eles ainda são ligados ao setor imobiliário, por meio de cotas de outros FII's, Letras de Crédito Imobiliário (LCI), CRI, dentre outros;
  • FII híbrido: aqui o gestor do fundo investe tanto em imóveis físicos (de tijolo) quanto em papéis de ativos imobiliários;
  • Fundo de Fundo (FOF): já os FOF's são compostos de cotas (partes) de outros fundos imobiliários.

Como receber dividendos de FII?

Receber dinheiro dos Fundos Imobiliários (FII) é bem mais simples do que atuar diretamente no setor, isto é, alugando e negociando imóveis reais - e também requer menos poder aquisitivo. Isso porque o investimento em FII deve ser feito por meio das chamadas corretoras (não imobiliárias, mas sim de investimentos) e os valores variam, havendo até mesmo cotas abaixo dos R$ 10 no mercado.

As corretoras de investimentos fazem a intermediação entre os investidores e os fundos de investimentos listados. Assim, para investir, basta depositar dinheiro na plataforma escolhida e desbravar o "home broker", que é onde os ativos financeiros ficam disponíveis.

O investimento em fundos acontece por meio das cotas, que são um tipo de fatia do patrimônio. Dessa forma, dentro da corretora de investimento, basta escolher a quantidade de cotas desejada e confirmar a ordem de compra.

Entender o processo acima é o primeiro e, tecnicamente falando, o único passo a se fazer para receber dividendos de FII. É isso mesmo: basta comprar cotas e aguardar a distribuição dos dividendos pelo fundo de investimento escolhido.

Todos os dividendos pagos pelo FII caem nas contas dos respectivos cotistas, da corretora responsável, de onde o investidor pode sacar ou usar para reinvestir em mais cotas.

Investir em FII é seguro?

Do ponto de vista legal, é certo dizer que os FII são seguros, pois são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Bolsa de Valores do Brasil (B3). Dessa forma, o aspecto segurança deve ser considerado de acordo com o perfil do investidor.

Acontece que os fundos de investimentos imobiliários (FII) são, em si, ativos ligados à renda variável, assim ficando junto com as ações das empresas e os demais fundos e ativos do mercado financeiro que são classificados como de alto risco.

Entretanto, frente a outros tipos de investimentos, como os fundos de índices (ETF), os FII ainda se destacam, até porque eles costumam misturar exposição entre a renda variável e a fixa.

Outro ponto a ser analisado aqui é o fato de que, apesar de serem cotas negociadas na Bolsa de Valores, os fundos imobiliários ainda podem ser impactados por fatores físicos relacionados a imóveis reais, principalmente os fundos de tijolo. O regulamento do DEVA11, por exemplo, ainda alerta os interessados o seguinte:

Os investimentos no Fundo não são garantidos pelo Administrador, Gestora ou qualquer mecanismo de seguro, ou pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Os cotistas estão expostos à possibilidade de perda do capital investido em decorrência do perfil de investimentos do Fundo.