Após ser mantida em 2% ao ano, seu menor nível histórico desde 1996, a taxa selic deve finalmente começar a subir em 2021 em meio a uma inflação ardente. Em relatórios, a maioria das projeções do mercado aponta para uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros já no primeiro trimestre do ano, sendo que o Copom (órgão responsável pelos reajustes da selic) vai realizar reuniões nos próximos dias 16 e 17 de março. Em janeiro, o Copom segurou a taxa básica de juros em 2% a.a.

Com isso, após os membros do Copom estudarem a situação do país e considerarem também as projeções do mercado, a nova selic será anunciada nesta quarta-feira (17), de forma que a expectativa é uma taxa de 2,5% ao ano até o terceiro reajuste.

Essa também é a estimativa do banco Itaú cujo último relatório aponta para um ciclo de alta na taxa, com início em março, vendo uma selic a 5,5% ao ano no fim de 2021.

Boletim Focus: Selic a 4,5% e IPCA em 4,6%

De acordo com o último Boletim Focus, relatório elaborado e divulgado pelo Banco Central que expressa as projeções do mercado, a estimativa da selic para 2021 aumentou consideravelmente de 4% para 4,5% ao ano. Lembrando que a primeira estimativa em janeiro apontava para uma Selic de 3,5%.

Em linha, a expectativa para o IPCA - indicador oficial da inflação brasileira - é um nível de 4,6% no fim de 2021 ante 3,98% estimado no relatório da semana anterior.

XP prevê selic a 5% em 2021

Para a XP Investimentos, a taxa selic deve findar 2021 a 5% ao ano, ficando nesse nível até 2022 e garantindo assim uma inflação (IPCA) na meta do ano que vem. Antes os economistas estimavam uma selic a 3,5%.

"O câmbio mais depreciado leva a uma inflação maior este ano e à necessidade de o Banco Central subir os juros mais rapidamente para manter o IPCA na meta em 2022. Projetamos agora a Selic em 5,0%, com seis altas consecutivas de 0,5 p.p. a partir deste mês [março]", disse a XP pelo relatório.

Quanto ao câmbio em meio à desvalorização do real, vale dizer, os economistas aumentaram as projeções do dólar de R$ 4,90 para R$ 5,30 no fim de 2021; e reduziram a moeda norte-americana de R$ 4,80 para R$ 5,10 em 2022.