Na noite dessa segunda-feira, 25 de outubro, entre as empresas que divulgaram seus resultados trimestrais está a EDB Brasil, negociada na bolsa de valores com o ticker ENBR3 e segundo o relatório, nos meses de julho, agosto e setembro a companhia teve um lucro líquido de R$ 511 milhões. No acumulado de 9 meses, o lucro foi de R$ 1,4 bilhão.

Entre outros destaques também está o Ebitda registrado pela companhia de energia, que fechou em R$ 1,1 bilhão, o que representa uma alta de 60,7% em relação ao mesmo período de 2020. Na mensagem do presidente João Marques da Cruz, dentro do relatório, foram destacadas as mais recentes transações realizadas pela empresa, como a aquisição da CELG-T, que segundo Cruz, estão dentro do Plano de Negócios apresentado em abril desse ano.

Em termos operacionais o CEO também destacou o aumento de 4,2% no aumento do volume de energia distribuída, em função da retomada das atividades econômicas e apesar da crise hídrica e do encarecimento das bandeiras tarifárias. Aliás, por falar em crise hídrica, Cruz também também destacou que "a atuação da Trading em conjunto com as geradoras hídricas nas transações de compra e venda de energia, mitigou de forma integral os impactos desse cenário de preços elevados".

Veja abaixo outras informações disponibilizadas pela empresa em seu relatório do 3T21.

Destaques financeiros

Veja abaixo alguns destaques financeiros, resumidos, da EDP Brasil no 3T21:

Créditos: Reprodução/EDP
Créditos: Reprodução/EDP

No terceiro trimestre de 2021 a EDB Brasil teve uma margem bruta 41,4% maior em relação ao 3T20, decorrentes, segundo a empresa, de um aumento de R$ 179,9 milhões na distribuição, além de uma elevação de R$ 124 milhões na hídrica, de R$ 38,4 milhões na transmissão, entre outros destaques.

Houve ainda uma diminuição dos gastos em PMSO (sigla para Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros) da empresa. De acordo com o relatório, foram 3,4% a menos em Pessoal (ou seja, R$ 4,2 milhões amenos), em decorrência de ajustes entre trimestres de provisões de 13º salário e férias, além de menores despesas com a utilização do plano de saúde, apesar do aumento do quadro de funcionários.

Também foram R$ 20,5 milhões a menos em gastos na categoria Outros, "reflexo da contabilização do ganho referente a Revisão Tarifária da EDP Transmissão Litoral Sul (lote Q), no valor de R$ 21,8 milhões. Excluindo esse efeito, a rubrica apresentaria aumento de 6,6%, decorrente do aumento dos gastos com seguros e aluguéis", disse a EDP.

Em relação ao Ebitda, ele ficou em R$ 1,1 bilhão no trimestre e em R$ 3 bilhões no acumulado dos 9 meses de 2021. Isse representa um aumento de 60,7% e de 49,8%, no trimestre e no acumulado, respectivamente.

Já a Receita Financeira da companhia reduziu 48,0% e 25,1%, no trimestre e no acumulado, respectivamente, em decorrência de, entre outros fatores, aumento dos encargos de dívidas, nas rubricas de empréstimos e debêntures, decorrente do aumento dos indexadores, principalmente IPCA e CDI, além do aumento de saldo de dívida, além do aumento na rubrica de juros e variações monetárias.

A divida bruta da companhia ficou em R$ 9,9 bilhões no 3T21, desconsiderando as dívidas dos ativos não consolidados, que representaram R$ 1,3 bilhão. Segundo a EDB, as "captações realizadas ao longo do ano refletem o plano de investimento nos segmentos de atuação, seja para expansão e melhoria da rede nas distribuidoras, nos projetos de transmissão, quanto para refinanciamento e alongamento do prazo médio da dívida".

Em relação à Receita Líquida, ela atingiu R$ 3,3 bilhões e R$ 7,7 bilhões, aumento de 77,3% e 45,7%, no trimestre e no acumulado, respectivamente, decorrente de maior reconhecimento de VNR (+R$ 88,9 milhões, no trimestre e +R$ 210,3 milhões, no acumulado), resultante da atualização por IPCA; reajustes tarifários com efeito médio percebido pelo consumidor de 4,82% na EDP SP, conforme reajuste ocorrido em 2020, e de 9,75% na EDP ES, conforme reajuste ocorrido em 2021; também houve aumento de 4,2% e de 8,0% no volume de energia distribuída, no trimestre e no acumulado, respectivamente, refletindo recuperação da atividade econômica, conforme Relatório de Mercado.

Segundo a companhia, a tarifa média aumentou 20,7% e 24,9%, na EDP SP e na EDP ES, respectivamente, refletindo os reajustes tarifários, além da piora dos patamares da bandeira tarifária.

Destaques operacionais

O preço de compra de energia aumentou 55,4% e 25,1% na EDP SP e 31,4% e 16,6% na EDP ES, no trimestre e no acumulado, respectivamente.

Na EDP SP, as perdas totais reduziram 0,38 p.p. em comparação ao mesmo período do ano anterior, influenciadas pela redução das perdas não técnicas, decorrente do plano de Combate às Perdas, com foco em substituições de medidores, inspeções de campo, blindagem de rede, instalação de remotas e manutenções dos ativos de telemedição. As perdas técnicas aumentaram, refletindo o aumento da carga na rede.

Em relação ao 2T21, as perdas totais reduziram 0,07 p.p., efeito das ações da Companhia de combate às perdas.

Já na EDP ES, as perdas totais reduziram 0,29 p.p. em comparação ao mesmo período do ano anterior, influenciadas pela redução das perdas técnicas, reflexo do retorno da operação da Samarco, das obras de reforço na rede básica, das instalações de novas subestações, da reconfiguração do sistema de alta tensão, além da entrada da energia da Mini e Micro Geração Distribuída.

Em relação ao 2T21, as perdas totais reduziram 0,15 p.p., decorrente das ações da Companhia, conforme mencionado na EDP SP.

Além disso, os indicadores de qualidade de ambas as distribuidoras permaneceram abaixo dos limites regulatórios estabelecidas pela Aneel, principalmente devido às ações de melhoria que envolvem manutenções preventivas. A companhia também destacou projetos como o "DEC Down" (tratamentos de desligamentos de reincidentes, melhoria de processos internos e aquisição de novas tecnologias), utilização de plataformas digitais para as equipes de campo, além da iniciativa "De Olho no DEC", com reforço na multidisciplinaridade das equipes, reestruturação do Centro de Operação Integrado (COI), plano de ampliação do número de religadores na rede e centralização do despacho de equipes pelo COI.

Em relação à gestão energética instalada, a EDP lembrou que o terceiro trimestre, historicamente, é o período mais seco do ano, combinado a pior crise hídrica registrada nos últimos 91 anos no país.

"Nesse sentido, a EDP Brasil manteve sua estratégia de proteção do portfólio, através de compra de energia adicional para mitigação dos riscos relativos ao GSF e da oscilação do PLD, com uma posição de 32% de hedge no trimestre, considerando as medidas de mitigação decorrentes da repactuação do risco hidrológico no ACR, compra de energia e sazonalização da garantia física. Os mitigadores adotados mostraram-se positivos, tanto no trimestre quanto no acumulado, protegendo o portfólio dos efeitos do GSF médio de 51,2% e de 75,3%, respectivamente, além da volatilidade do PLD (R$ 582,3/MWh, no trimestre e de R$ 328,1/MWh, na média do ano (Submercado SE/CO)", informou o relatório.

Em termos de geração hídrica, a receita operacional líquida foi de 370.779 milhões, 18,1% a mais do que no 3T20 e de R$ 1.067 bilhão no acumulado do ano, numa variação de 17,9% para mais na comparação anual.

Já a geração térmica teve um aumento de receita operacional de 97,1%, ficando em R$ 715 milhões no trimestre e de 35,9% no acumuldo, ficando em R$ 1,107 bilhão nos 9 meses de 2021 considerados.

A geração solar, por sua vez, teve uma receita operacional líquida de R$ 20 milhões no 3T21, 35,2% a mais do que no mesmo período de 2020. E no acumulado, foram R$ 56,9 milhões, 48,8% a mais do que em 2020.

A transmissão, por outro lado, sofreu uma leve redução de receita (0,5%) na comparação com o 3T20, ficando em R$ 391 milhões. No acumulado do ano, entretanto, houve aumento de 33% nesse idicador, ficando em R$ 1,2 bilhão.

Ações EDB Brasil (ENBR3)

Observando o trimestre, as ações da EDB Brasil tiveram uma valorização de 3,85%, fechando, em 30 de setembro, custando R$ 18,36 cada uma, num desempenho superior ao Ibovespa que no mesmo período teve uma queda de 12,48% e ao IEE que teve queda de 2,68%. No acumulado do ano, porém, as ações ENBR3 desvalorizaram 1,59%.

A empresa informou ainda que no 3T21 as ações da EDP Brasil foram negociadas em todos os pregões, totalizando 170,2 milhões de ações no trimestre e 569,9 milhões de ações no acumulado. A média diária foi de 2,7 milhões e de 3,1 milhões de ações, no trimestre e no acumulado, respectivamente. O volume financeiro totalizou R$ 10,6 bilhões, com volume médio diário de R$ 57,1 milhões.

Em 30 de setembro, o capital social da companhia era representado, na sua totalidade, por 606.850.394 ações ordinárias nominativas. Do total de ações, 261.355.469 encontravam-se em circulação, em conformidade com o Regulamento de Listagem do Novo Mercado da B3, e 25.885.126 ações encontram-se em tesouraria.

Veja na íntegra o relatório de resultados do 3T21 da EDP Brasil.