O ano de 2023 começou, com uma série de novidades no mundo dos investimentos e uma delas é um novo título do Tesouro Direto: o RendA+.

Ele foi lançado no dia 30 de janeiro e uma informação importante sobre ele é que essa é uma modalidade totalmente nova de investimento, especialmente dentro dos títulos públicos. Tanto é que o Brasil é o primeiro país do mundo a lançar um título público com essas características.

E outro fato importante é que seu lançamento tem como base estudos que foram feitos pelo Tesouro Nacional, observando as necessidades e desejos dos investidores brasileiros, especialmente no que se refere à aposentadoria.

Então, nesse artigo vamos trazer todas as informações sobre o Tesouro RendA+. Para conhecê-lo melhor é só continuar a leitura.

O que é o RendA+?

O RendA+ é uma nova modalidade dentro do Tesouro Direto, que funciona de forma parecida com os títulos do Tesouro Prefixado, do Tesouro Selic e do Tesouro IPCA que já existem. Porém, com uma proposta diferente das já existentes.

O RendA+ nasceu com o objetivo de ser um aliado no planejamento da aposentadoria dos brasileiros. Ele tem como base a informação de que 46% dos aposentados hoje consideram o valor da aposentadoria insuficiente para pagar todas as contas e despesas pessoais.

Créditos: Reprodução/Tesouro Direto
Créditos: Reprodução/Tesouro Direto

Assim, essa modalidade serve como uma renda complementar, que promete uma rentabilidade acima da inflação e que vai aumentar a renda mensal do investidor lá na frente.

Segundo o Tesouro Nacional, o objetivo é "fornecer um produto simples, rentável e com baixo custo". Um instrumento acessível a qualquer interessado, por meio do Tesouro Direto tendo como base apenas duas perguntas que ajudarão a construir um plano consistente:

  • Qual a idade desejada de aposentadoria?
  • Qual a renda complementar desejada na aposentadoria?

Além disso, o principal público alvo dessa modalidade hoje são os trabalhadores autônomos. Dentro desse grupo, o foco também será aqueles que recebem de 3 a 5 salários mínimos.

Como vai funcionar?

O investidor vai escolher entre oito datas - inicialmente - para começar a receber a renda extra: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065.

Até a chegada da data escolhida, ele poderá acumular mais do título escolhido, fazendo agendamentos mensais de compras, inclusive. Quando chegar a data, o investidor passa a receber um salário complementar, pelo período de 20 anos.

Um detalhe importante é que esse salário recebido por 20 anos será mensalmente corrigido pela inflação, garantindo assim o poder de compra do investidor.

Mas também é importante dizer que apesar desse objetivo, a liquidez do RendA+ será diária, de forma que o investidor poderá negociar seus títulos a qualquer momento, mesmo durante o recebimento da renda.

Vale ressaltar, porém, que o Tesouro RendA+ não será um substituto da previdência pública (INSS), mas um complemento. Até porque o RendA+ será uma renda temporária, paga por 20 anos.

Taxas do RendA+

Para investir no Tesouro RendA+, não haverá cobrança de Taxa de Custódia da B3 para o investidor que receber todas as suas rendas até o limite de seis salários mínimos no fluxo de pagamentos mensais do futuro. Para aqueles que forem receber mais de 6 salário, haverá uma taxa de custódia de 0,10% sobre o excedente.

Além disso, o investidor não pagará taxas semestrais, mas apenas ao vender antecipadamente ou caso receba mais de 6 salários, como dito acima. No caso de uma venda antecipada, a taxa é decrescente conform o tempo do investimentos. Da sseguinte forma:

Prazo até a saída (anos) Taxa sobre o valor do resgate (a.a.)
DE ATÉ
0 10 0,50%
10 20 0,20%
Acima de 20 0,10%
Vencimento 0%

Assim, a partir do décimo ano, a taxa de custódia do RendA+ é a mesma do que os demais títulos do Tesouro Direto. Mas depois de 20 anos, a taxa de custódia é ainda menor e pode ser até zerada se o investidor deixar o dinheiro aplicado por todo o tempo proposto.

Tributação do RendA+

A tributação dessa modalidade de investimente será igual à de outras aplicações em Renda Fixa, ou seja, com alíquota descrescente a depender do tempo de investimento, variando entre 22,5% até 15%. Confira a tabela:

Prazo para resgate Alíquota
até 180 dias 22,5%
de 181 até 360 dias 20%
de 3612 até 720 dias 17,5%
após 720 dias 15%

Quanto vai custar para investir?

Segundo o Tesouro Nacional, será possível começar a investir no Tesouro RendA+ com aproximadamente R$ 30.

O vídeo abaixo mostra uma apresentação da nova modalidade de investimento:

Vídeo incorporado do YouTube

Vantagens e desvantagens

Entre as principais vantagens desse tipo de aplicação está a acessibilidade. Com pouco dinheiro já será possível ter um título do RandA+, o que facilita pra muitos investidores que estão começando.

O processo de compra dos títulos também será simples e assim como nos demais títulos, o investidor poderá fazer simulações utilizando a calculadora do Tesouro RendA+. Assim será posssível verificar quanto tempo e quanto dinheiro será necessário aplicar pra poder ter a renda desejada lá na frente.

Além disso, esses títulos vão oferecer uma proteção contra a inflação, de forma que, por pelo menos 20 anos, o investidor terá seu poder de compra mantido. E haverá uma variedade de títulos dentro da modalidade RendA+, de forma que o investidor poderá escolher o que se encaixa melhor em seus planos e necessidades.

Por outro lado, como todas as rendas fixas, haverá tributação sobre os lucros e a depender do tempopd a aplicação, uma taxa de custódia poderá ser cobrada em maior ou menor valor.

Além disso, a renda extra tem um período de tempo limitado a 20 anos, portanto, terminado esse prazo, o valor deixa de ser pago e o aposentado/investidor deixa de poder contar com ele. Por isso será importante se organizar também para isso.

Créditos: Pixabay
Créditos: Pixabay

Como investir?

A forma de investir nessa nova modalidade do Tesouro Direto sera a mesma dos demais títulos já disponibilizados, ou seja:

No primeiro caso, basta acessar o site do Tesouro, escolher a modalidade de título conforme sua preferência e objetivos e dar sequência ao processo de simulação e investimento. É bastante simples e intuitivo o processo.

No segundo caso, é preciso ter uma conta em uma corretora de investimentos, as mesma que intermediam o investimento em outras ativos como as ações. Por meio dela é possível buscar as opções de investimento no Tesouro Direto e iniciar a aplicação.

Tesouro Direto contará com 4 modalidades

Criado em 2002 o Tesouro Direto acaba de completar 20 anos de existência e é considerado um dos investimentos mais seguros no Brasil hoje. E agora, contara com um total de quatro modalidades. Além da Tesouro RandA+ que está sendo lançada há o Tesouro Prefixado, Tesouro Selic e o Tesouro IPCA.

Saiba um pouco mais sobre cada um deles abaixo:

Tesouro Prefixado

Esta modalidade está sendo dividida atualmente em três títulos:

  • Tesouro Prefixado 2025
  • Tesouro Prefixado 2029
  • Tesouro Prefixado 2033 (com juros semestrais)

Esse tipo de investimento tem, como todos eles, suas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens está a garantia de que o investidor vai receber aquela quantia determinada na data de vencimento do título e não há nada que possa mudar isso.

Entre as desvantagens, porém, está o fato de que em um cenário de economia muito instável e de inflação que vinha crescente, ainda que desacelerando um pouco, investir em um título cuja rentabilidade é invariável pode se tornar pouco vantajoso.

Tesouro IPCA

Outra modalidade disponível é o Tesouro IPCA, que é pós-fixado, atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Esse título é chamado de pós-fixado pois o investidor não sabe exatamente quanto ele irá ganhar, já que isso depende de quanto será a inflação do país no período do investimento.

Entre as principais vantagens desse tipo de investimento está o fato de que o investidor sempre terá uma cobertura em relação à inflação, nunca vai receber menos do que ela. E de quebra ainda vai ganhar um pouquinho a mais, dependendo do título escolhido e do tempo que deixar a aplicação no Tesouro Nacional.

Por outro lado, é preciso saber lidar com a variabilidade da inflação que, em alguns período sobe mais e em outros menos. Vale lembrar ainda que no Tesouro IPCA também há opções de investimentos que oferecem juros trimestrais. É o caso das aplicações de mais longo prazo, com vencimento para 2032 e 2040.

Tesouro Selic

E a terceira modalidade de investimentos no Tesouro Direto é o Tesouro Selic, que como o nome já dá a entender, está atrelado à Taxa Selic. De todos, como também é possível imaginar, essa é a aplicação mais afetada pelas recentes elevações da taxa básica de juros do Brasil.

As vantagens e desvantagens desse tipo de investimento são mais ou menos as mesmas das aplicações atreladas ao IPCA, nesse caso porém, se a inflação estiver muito fora de controle, o investidor pode não ter um rendimento que cubra a elevação de preços. Porém, nesta modalidade é possível resgatar o valor investido antes do vencimento, desta forma, não há riscos de perder tanto dinheiro.