Assim como o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA, o Tesouro Prefixado é uma das modalidades do Tesouro Direto, um programa do Tesouro Nacional onde investidores "emprestam" dinheiro ao governo em troca de um retorno com juros dentro de determinado prazo.

Por isso esse é um tipo de aplicação muito interessante para quem busca segurança nos investimentos ou para quem está começando a investir. Eles são abertos para qualquer pessoa que tenha interesse em investir e com cerca de R$ 30 já é possível começar.

No caso dos Tesouros Selic e IPCA, a renda é hibrida, ou seja, o investidor terá como retorno uma renda fixa, mais uma taxa que irá variar de acordo com a Selic e o IPCA, respectivamente. Já no caso do Tesouro Prefixado, o retorno será exatamente aquele que foi combinado no momento da compra dos títulos do Tesouro Nacional.

Mas isso significa que a taxa básica de juros da economia, a Taxa Selic não influencia em nada nesse ativo? Nós vamos te explicar isso abaixo. Veja também quais as vantagens ou desvatagens dessa modalidade de investimento.

O que é Tesouro Prefixado e o que ele tem a ver com a taxa Selic?

O que é o Tesouro Prefixado?

Quando é feito um empréstimo por um banco ou instituição financeira, sempre há um prazo e juros definidos. É com esses juros que a instituição irá obter lucro para que possa continuar emprestando dinheiro para as pessoas.

Com o Tesouro Prefixado acontece exatamente a mesma coisa. O Tesouro Nacional oferece títulos em troca de dinheiro e no momento em que o investidor vai comprar um desses títulos, ele pode escolher entre algumas opções de prazos e valores e com eles ganhar algum retorno.

Atualmente, há três opções de Tesouro Prefixado disponíveis:

Título Rentabilidade anual Investimento mínimo Preço unitário Vencimento
TESOURO PREFIXADO 2024 11,35% R$ 31 R$ 775,15 01/07/2024
TESOURO PREFIXADO 2026 11,16% R$ 33,13 R$ 662,69 01/01/2026
TESOURO PREFIXADO - com juros semestrais 2031 11,54% R$ 37,26 R$ 931,64 01/01/2031
Fonte: Tesouro Nacional - Dados do dia 8 de fevereiro de 2022

Como é possível ver na tabela, as rentabilidade oferecidas atualmente são de 11,35%, 11,16% e de 11,54%. Nesse último caso, porém, são distribuídos ainda juros semestrais.

O que o título do Tesouro Prefixado tem a ver com a Selic?

Mas veja bem: não é pelo fato de que a rentabilidade do Tesouro Prefixado não está amarrada a um indicador que ele não é influenciado pelos índices da economia.

Pelo contrário, o Tesouro Nacional define os juros que serão pagos ao investidor baseados nos juros futuros, os quais são projetados e negociados em contratos diariamente na B3 (Bolsa de Valores brasileira). E essas projeções dependem da taxa Selic.

Vantagens e desvantagens

É aí que entramos nas vantagens e desvantagens desse tipo de título. Porque a Selic também influencia no quanto esse tipo de título pode valer a pena ou não. Isso porque ela também afeta outros títulos como é o caso do Tesouro Selic e Tesouro IPCA e, eventualmente eles podem oferecer rendimentos melhores.

Acontece o seguinte: um Título Prefixado tem seu valor definido com bastante antecedência. Entre a data da compra e a data do vencimento daquele título, muita coisa pode acontecer e, se você comprou um título pré-fixado com uma taxa de 5%, por exemplo, mas nesse meio tempo a inflação for de 10%, o seu rendimento será menor que a inflação.

Então você estará "perdendo" dinheiro, mesmo que receba mais do que o que foi aplicado. Porque a inflação nada mais é do que a desvalorização do dinheiro. E é por causa dela que R$ 100 reais de hoje vale menos do que R$ 100 de 5 anos atrás.

A vantagem, porém, é que o contrário também pode acontecer. Ou seja, a inflação pode ficar controlada e as taxas de juro caírem (como aconteceu em 2020, por exemplo). Nesse caso, que comprou um Tesouro Prefixado alto, recebeu um retorno alto também, independentemente dda variação das taxas.

E ainda, como toda a renda fixa, o Tesouro Prefixado é um dos investimentos mais seguros que existem. Você vai receber seu dinheiro de volta, nem que seja um pouquinho, e nem que seja abaixo da inflação, ao fim do período do título.

O Tesouro Prefixado tem imposto?

Como todos os outros títulos do Tesouro Direto, sobre o Tesouro Prefixado também incide o Imposto de Renda (IR). A tributação varia de acordo com a tabela regressiva (quanto mais tempo ficar com o título, menos imposto é pago).

Vale lembrar que, além disso, a alíquota é cobrada apenas sobre os ganhos líquidos quando é feito o resgate antecipado ou no vencimento do título. Veja as alíquotas:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • Entre 181 e 360 dias: 20%;
  • Entre 361 e 720 dias: 17,5%;
  • Acima de 720 dias: 15%.

O imposto é retido na fonte, portanto, o dinheiro que cai na conta da corretora quando é feito o resgate ou no vencimento, já é o valor líquido com o imposto já descontado.

Além do IR, os investidores do Tesouro Prefixado também pagam uma taxa de custódia de 0,20% ao ano para a B3, já que a instituição financeira é responsável por guardar e registrar todos os títulos e informações dos saldos dos investidores.

Essa taxa de custódia é dividida todos os semestres e incide sobre o valor total aplicado. Nas aplicações de até R$ 10 mil, tem isenção da taxa, superior a este valor, existe a cobrança direta na conta da corretora do investidor.