Muito em breve possivelmente vamos ter novas mudanças na Taxa Selic. Isso porque está previsto para acontecer nessa terça e quarta-feira, dias 3 e 4 de agosto, a quinta reunião do Comite de Política Monetária (Copom) que é responsável por definir a taxa básica de juros.

O último encontro aconteceu nos dias 15 e 16 de junho e na oportunidade a Taxa Selic foi elevada de 3,5% para 4,25% ao ano, no terceiro aumento consecutivo em 2021. Isso aconteceu depois de uma sequência de reduções, que deixou a Selic em 2% ao ano em 2020.

As reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias e sempre são divididas em duas partes. Na primeira, que acontece no primeiro dia de reunião, são apresentados todos os dados, indicativos e projeções econômicas do país aos integrantes da reunião. No segundo dia, com base nas apresentações feitas, são tomadas as decisões necessárias.

Participam dessa reunião o presidente e oito diretores do Banco Central e eles têm um poder e uma responsabilidade muito grandes já que a Selic orienta os demais juros do país, impactando desde empréstimos e financiamentos até a performance de diversos tipos de investimentos, principalmente os de renda fixa, como títulos públicos.

Na reunião dessa semana, porém, o Diretor Bruno Serra Fernandes não estará presente conforme informou o Banco Central nessa segunda-feira, dia 2 de agosto. Isso porque todos os participantes foram testados para a Covid-19 e o Fernandes testou positivo.

Expectativas para a quinta reunião

A expectativa do mercado para a Selic em 2021 é alta, porque a inflação também está bastante alta no país e a Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. Além disso, no fim da última reunião o Copom já havia anunciado que novos ajustes para mais deveriam ser feitos na Selic ainda em 2021.

Por tudo isso, acredita-se que uma nova elevação deva ser determinada nessa quarta-feira. A questão é: para quanto ela será elevada?

O próprio Copom já havia dito que possivelmente faria reajustes no mesmo patamar dos anteriores, ou seja, de 0,75%. Porém, alguns especialistas vêm apontando nos últimos dias que ele poderá ser ainda maior, chegando a 1%, justamente em função dessa inflação, bem acima da meta para o ano, que é observada.

Inflação ja soma 8,35% de alta em 12 meses

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do país - teve um aumento de 0,53% no mês de junho de 2021 e, com isso, atingiu a marca histórica de 8,35% nos últimos 12 meses, de acordo com os últimos dados divulgados.

Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,72% em julho deste ano e a previsão do mercado financeiro para o IPCA, subiu novamente nessa semana, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, de 6,56% para 6,79%.

Com esses dados, a inflação já atinge a meta do governo para o ano e caminha para ultrapassá-la, ja que o centro era de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%. E ainda que o PIB esteja crescendo e a economia mostre uma recuperação gradativa no pós-pandemia, esse é um cenário difícil para a população brasileira, porque alguns índices como o desenvolvimento humano se encontram ainda muito baixos e em queda em função das dificuldades econômicas que afetam outras instâncias da vida brasileira.
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