A Telefônica (VIVT3), dona da Vivo, registrou uma receita operacional líquida de R$ 11,352 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), representando aumento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2021. Segundo o relatório divulgado, esse foi o maior crescimento de receita líquida nos últimos sete anos na empresa de telecomunicações.

O avanço foi impulsionado pela receita de serviço móvel que cresceu 5,7% na mesma base de comparação, para R$ 6,873 bilhões, como reflexo de alta de 5,9% da linha pós-pago, que representou 81% do total. Além disso, também beneficiaram o resultado da Telefônica a linha de aparelhos (+10,0% a/a) e um desempenho positivo da receita fixa total (+1,9% a/a), com destaque para a receita de FTTH, que cresceu 25,9% em relação ao primeiro trimestre de 2021.

De outro lado, o lucro líquido da Telefônica totalizou R$ 750 milhões no primeiro trimestre de 2022, uma redução de 20,4% na comparação anual. Segundo o relatório, o recuo foi causado por aumento de 66% nas despesas financeiras e aumento de 5,8% na depreciação e amortização.

Outros destaques dos resultados da Telefônica (VIVT3) no 1T22

A receita líquida fixa da Telefônica cresceu 1,9% no último ano para R$ 2,259 bilhões, com destaque para a receita core fixa que correspondeu a 71,7% do total. "A contribuição do negócio fixo para o crescimento de receita total da Companhia é uma mudança estrutural do mix de receitas da Companhia, resultado da decisão estratégica de focar os investimentos em tecnologias mais avançadas, como fibra e serviços digitais B2B", consta no relatório.

No 1T22, o resultado financeiro da Telefônica gerou na verdade uma despesa líquida de R$ 524 milhões em piora anual de 66,6%, em função do maior endividamento médio por aquisição das licenças 5G no final de 2021, maior taxa de juros no período, além dos contratos reconhecidos como leasing em função do padrão de contabilidade IFRS16.

Beneficiando o balanço, a receita de FTTH apresentou alta de 25,9% no 1T22, chegando a R$ 1,272 bilhão, assim impulsionando a FTTx que aumentou 9,6% para R$ 1,4 bilhão.

Nos últimos doze meses, a rede de fibra da Telefônica (Vivo), até a casa do cliente, chegou a mais 65 novas cidades, atingindo 20,5 milhões de casas passadas e 4,8 milhões de casas conectadas. "Essa velocidade na expansão da nossa rede e na conexão de clientes nos permite manter a liderança incontestável na fibra", disse a empresa.

Com o aumento das receitas totais e incremento das vendas de aparelhos e serviços B2B, o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 4,511 bilhões, em alta de 1,3% quando comparado ao primeiro trimestre do ano anterior. Mas, nesse intervalo, a margem caiu 1,3 ponto percentual para 39,7%, como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/RI Telefônica.
Créditos: Reprodução/RI Telefônica.

Os custos totais, excluindo gastos com depreciação e amortização, foram de R$ 6.840 bilhões no 1T22, um aumento de 7,0%, que fica, entretanto, abaixo da inflação (IPCA) que registrou alta de 11,3%. Por sua vez, o Custo dos Serviços e Produtos Vendidos cresceu 10,2%, em função das maiores receitas com serviços digitais e produtos vendidos.

A depreciação e amortização aumentou 5,8% em comparação ao 1T21, devido ao início da amortização das licenças de espectro adquiridas no 4T21, amortização de novas licenças de software e ao maior volume de depreciação dos ativos de arrendamento, segundo a Telefônica.

O relatório mostra que o fluxo de caixa livre chegou a R$ 2,477 bilhões no primeiro trimestre de 2022. A Telefônica fechou o 1T22 com uma dívida líquida de R$ 9,127 bilhões, ante R$ 5,936 bilhões no mesmo período do ano anterior.

Telefônica aprovou JCP/Dividendos em 2022; payout de 113%

A Telefônica disse pelo relatório de resultados que a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no primeiro trimestre (1T22) chegou a R$ 430 milhões, relativo ao exercício social de 2022. Tais proventos serão imputados ao dividendo mínimo obrigatório do exercício social desse ano.

O relatório mostra que nos últimos 12 meses, o valor bruto por ação declarado em proventos foi de R$ 3,74, o que representa um dividend payout de 113% e um dividend yield de 7,6% no ano, já considerando o Programa de Recompra de Ações.