A partir dessa segunda-feira, 29 de março a AES Tietê Energia passa a ser negociada na Bolsa de Valores como AES Brasil, com o ticker sendo alterado de TIET11 para AESB3. A mudança se dá porque a partir de agora a ação passa a ser negociada no Novo Mercado, que permite apenas empresas com papéis ordinários.

O anúncio dessa mudança aconteceu já na última terça-feira, 23, quando a alteração foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), permitindo que a AES Tietê fosse absorvida pela AES Brasil Energia, que, agora, passará a ser a holding controladora.

Em razão dessas alterações, a AES Brasil fez um cálculo para a troca dos ativos por quem é acionista atualmente da AES Tietê. Veja abaixo como fica para os acionistas.

"Essa é mais uma grande conquista para a AES Brasil. A migração para o Novo Mercado nos coloca no patamar mais elevado do ponto de vista de governança corporativa, permitindo potencializar a atratividade de investidores que somente investem em empresa pertencentes a esse segmento de listagem. Esse era o passo que faltava para estarmos no topo das melhores práticas ESG", comenta Clarissa Sadock, CEO da AES Brasil.

A troca de ativos

A partir do fim do pregão da última sexta-feira, 26, todos os investidores que possuíssem ações da companhia, fossem elas ordinárias ou preferenciais, receberam 0,2 ação da AES Brasil para cada uma ação da AES Tietê.

Já os detentores de ações tipo units (TIET11) receberam ações da AES Brasil na proporção de uma ação para cada unit. Dessa forma, cada ação segue com a cotação atual, de R$ 17,44 cada.

Veja na íntegra os comunicados divulgados pela companhia na terça-feira, 23 e nessa segunda-feira, 29.

Resultado AES Tietê no 4T20

Divulgado no fim do mês de fevereiro de 2021, o relatório de resultados da AES Tietê no quarto trimestre de 2020 mostra que a companhia apresentou um lucro bruto de 1,1 bilhão e um lucro líquido de R$ 602,6 milhões no 4T20, o que representa uma alta de 470,9% em relação ao mesmo trimestre de 2019.

A receita líquida da companhia, por sua vez, atingiu R$ 532,2 milhões, o que representa uma alta de 3,2% na comparação com o 4T19 e a margem Ebitda foi de 219,2% no 4T20. No 4T19 havia sido de 37,7%, portanto, aqui também houve uma alta de 219,2% no trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Também destaca-se que as despesas gerais e administrativas tiveram uma diminuição de 9% em relação ao 4T19. Assim, o resultado financeiro da AES Tietê totalizou um prejuízo de R$ 190 milhões no 4T20, o que representa uma diminuição de 88,1% em comparação com o 4T19.

Geração de energia

O volume total de energia bruta gerada pelas usinas hidráulicas da companhia atingiu 2.299,4 GWh no 4T20, 9,6% inferior ao montante do mesmo período de 2019. E na totalidade do ano também houve uma queda de 3,5%. O volume total foi de 10.176,8 GWh. A variação se deu por questões climáticas, uma vez que houve uma diminuição da afluência de rios como o Rio Grande e menor nível nos reservatórios.

Em relação a fonte eólica, também houve uma redução de 10% na geração de energia bruta. Foram 387,7 GWh no 4T20. A explicação apresentada foi a dos desligamentos de circuitos em função de descargas atmosféricas e também uma redução na velocidade dos ventos.

Já a fonte solar teve um aumento de 6,6% no trimestre, em relação ao mesmo período de 2019, totalizando 150,2 GWh de geração bruta. Ao longo de todo o ano foi registrado um total de 562,1 GWh, ou seja, um aumento de 42,8%.