Os especialistas do banco de investimentos BTG Pactual fizeram quatro alterações na carteira de ações formada por small caps. Em janeiro, saem do portfólio a Simpar (SIMH3), que havia sido adicionada em dezembro do ano passado, a Hidrovias do Brasil (HBSA3), a Randon (RAPT4) e a Locaweb (LWSA3). Veja abaixo quais ações foram incluídas na carteira deste mês.

Small Caps são ações de empresas relativamente pequenas, quando comparadas com as gigantes da bolsa de valores. Para sua carteira, o banco BTG considera os empreendimentos de até R$ 15 bilhões, vale citar.

Em dezembro de 2020, a carteira recomendada de small caps do BTG Pactual apresentou uma alta de 11,2% contra o crescimento de 7,5% do indíce SMLL e 9,3% do índice Bovespa.

"Perspectivas animadoras para a economia global, com a vacinação já em andamento, taxas de juros baixas recorde em todo o mundo e estímulos adicionais (especialmente nos EUA), devem manter o apetite ao risco em níveis relativamente elevados. Do ponto de vista de valuation, o Ibovespa ex-Petrobras e Vale está sendo negociado a 15,2x P/L 2021E, um desvio padrão acima de sua média histórica. No entanto, após o recente declínio nas taxas de juros reais de longo prazo, o prêmio para manter ações está quase um desvio padrão acima da média", disse o BTG Pactual pelo relatório.

OIBR3 fica

A telecomunicadora Oi (OIBR3) tem criado expectativas no mercado, pela vendas de partes da empresa que estão a todo vapor. Em dezembro do ano passado, a unidade de ativos móveis da Oi foi finalmente vendida para o grupo criado por Tim, Claro e Vivo num acordo de R$ 16,5 bilhões mais um contrato de longo prazo do tipo take-or-pay de R$ 819 milhões. A transação ainda precisa passar por aprovação do Cade e da Anatel, mas a notícia já foi suficiente para animar os especialistas do mercado, como o BTG Pactual que tem preço-alvo de R$ 2,80 para as ações.

Além da venda dos ativos móveis, a Oi também vendeu em leilão, no ano passado, a unidade de torres por R$ 1,067 bilhão para a Highline do Brasil e a unidade de data centers que custou R$ 325 milhões para a Titan Venture Capital.

Conforme disse o BTG Pactual, "com a venda de sua unidade móvel, a empresa já leiloou o equivalente a R$ 18 bilhões, ou 73% dos R$ 24,5 bilhões que a empresa deve arrecadar com a venda de ativos. O próximo passo é o leilão de participação na empresa de infraestrutura da Oi por um preço mínimo de R$ 20 bilhões (a Oi espera levantar R$ 6,5 bilhões para uma participação na InfraCo), previsto para acontecer no 1T21 [primeiro trimestre de 2021]".

Todas as vendas em andamento são ferramentas importantes para a Oi, que está em recuperação judicial desde 2016.

AERI3, CASH3, LAVV3 e STBP3 são as novidades

Entram para a carteira de small caps do BTG Pactual este mês de janeiro a empresa de pás eólicas Aeris (AERI3), a construtora Lavvi (LAVV3), a plataforma de cashback Méliuz (CASH3) e a empresa portuária e de infraestrutura, Santos Brasil (STBP3). Veja o preço-alvo de cada ação da carteira:

Empresa Setor Ação Preço-alvo (R$) Peso (%)
Aeris Bens de Capital AERI3 12,00 20
Oi Telecomunicações OIBR3 2,80 20
Méliuz Financeiro CASH3 18,00 20
Lavvi Construção civil LAVV3 13,50 20
Santos Brasil Logística STBP3 6,00 20
Fonte: BTG Pactual.

Para o BTG Pactual, a AERI3 é uma boa forma para aproveitar o promissor setor de energia eólica, tendência em escala mundial. A Aeris é líder em produção de pás de rotor para turbinas de energia eólica, dominando o setor aqui no Brasil com uma participação de mercado de aproximadamente 70%.

Por sua vez, a Méliuz, pioneira de cashback no país, tem tudo para se beneficiar da expansão do segmento, ainda tímido, segundo o BTG Pactual. A empresa fez IPO (Oferta Pública Inicial) em novembro de 2020 e a CASH3 entrou em alta.

Também com IPO feito recentemente, em setembro de 2020, a construtora Lavvi tem projetos previstos que podem chegar a R$ 1 bilhão, conta o BTG Pactual. "Acreditamos que a empresa está no caminho certo para cumprir seus planos de IPO: operações com muito crescimento e com alta lucratividade", disse o banco.

E sobre a empresa de logística Santos Brasil (STBP3), o BTG Pactual disse que vê "o nome sendo negociado a uma TIR (Taxa Interna de Retorno) real de 9%, oferecendo uma oportunidade de risco/retorno altamente atraente", mesmo diante das dificuldades de importação de Santos, causadas pela pandemia da covid-19.

- Veja o relatório na íntegra.