A quantidade de investidores em fundos imobiliários (FIIs) segue aumentando no Brasil. Segundo o último relatório da bolsa de valores brasileira, entre dezembro de 2021 e 2022 os cotistas cresceram de 1,5 milhão para 1,99 milhão.

Já entre 2019 e 2020, em meio à pandemia da covid-19, a quantidade de investidores em FIIs teve um aumento também considerável, de 645 mil para 1,1 milhão.

Esse aumento do interesse dos investidores por fundos imobiliários mostra que muitos estão buscando diversificar a carteira, desbravando o mercado além da renda fixa e as tradicionais ações.

Em geral, os fundos imobiliários se destacam na renda variável por pagar rendimentos (dividendos) regulares aos cotistas e sem cobrança de imposto de renda.

Diante desse cenário, as carteiras recomendadas podem trazer informações valiosas para os investidores de FIIs, assim para quem está pensando em se tornar cotista. Além da recomendação de especialistas do mercado, os relatórios mostram ainda uma leitura do cenário nacional e internacional para guiar os investimentos.

5 Fundos Imobiliários (FII) para investir em 2023, segundo o BTG Pactual

Segundo o time do BTG Pactual, apesar da inflação ter registrado melhoria no Brasil nos últimos meses, avançando menos do que o esperado, o ano de 2023 terá grandes desafios.

"Enxergamos um cenário de desafios para 2023. A falta de clareza sobre a condução da política fiscal para o ano aumenta a expectativa de inflação, o que pode resultar na manutenção de juros em patamares restritivos por um período mais longo. Nesse caso, o mercado de fundos imobiliários pode permanecer mais pressionado. Por outro lado, acreditamos que a melhora operacional da maior parte dos fundos deve seguir seu curso e, portanto, podemos ver novas baixas na taxa de vacância dos ativos", explicam os especialistas.

Para 2023, a escolha de FII dos especialistas tem como base:

  • fundos de recebíveis com exposição a ativos de perfil de risco high grade e indexação ao CDI que oferecem maior estabilidade dos dividendos;
  • alocações que ofereçam grande assimetria de preços, visando a valorização e o carrego atrativo, como os fundos de recebíveis com indexação ao IPCA; e
  • fundos de tijolo descontados que detenham carteiras diversificadas com ativos bem localizados.

Destacam-se os fundos imobiliários com altos pagamentos de dividendos no último ano, mesmo com os desafios. Confira a seguir 5 dos ativos recomendados pelo BTG Pactual e que têm Dividend Yield (DY) alto, com dois dígitos.

FII Tipo de FII Ticker DY anualizado Cotação *
Kinea Rendimentos Imobiliários Papel KNCR11 14,6% R$ 98,31
CSHG Recebiveis Imobiliarios Papel HGCR11 14,1% R$ 101,80
BTG Pactual Crédito Imobiliário Tijolo BTCI11 13,4% R$ 80,85
Kinea Securities FII Papel KNSC11 13,1% R$ 86,50
BTG Pactual Corporate Office Fund Tijolo BRCR11 10,7% R$ 59,48
*até 17/01/2023
Fonte: BTG Pactual

Ao todo, a carteira recomendada do BTG Pactual possui 14 fundos imobiliários selecionados pelos especialistas. Em janeiro, não houve alterações no porfólio.

- Acesse a íntegra da carteira recomendada de FII do BTG Pactual

Fundos Imobiliários no Brasil - relatório da B3

Relatório da B3, de dezembro, mostra o avanço dos fundos imobiliários (FIIs) no Brasil no final de 2022.

Segundo o balanço, o Kinea Rendimentos Imobiliarios (KNCR11) foi o FII mais negociado de dezembro. Outro ativo da casa de investimentos, o Kinea Indices de Precos Fundo (KNIP11) seguia como o FII mais negociados dos últimos doze meses.

Desde 2016, o volume de negociações em FII andou em alta no Brasil, segundo o relatório da B3. Contudo, o volume caiu de R$ 66,5 bilhões em 2021 para R$ 59,3 bilhões em 2022.

Até dezembro, havia um total de 790 fundos no país. Do total, 451 são fundos imobiliários (FII) negociados na bolsa de valores B3.

Variação 1M Variação 12M Variação YTD
IBOV -2,40% 4,70% 5,60%
IFIX 0,00% 2,20% 2,80%
Mês de referência: dezembro