Depois de alguns meses de espera, na última semana, o Banco Central do Brasil (BC) concedeu autorização para que o WhatsApp, aplicativo de mensagens administrado pelo Fecebook, libere o uso de sua ferramenta WhatsApp Pay, dentro da modalidade Iniciador de Transações de Pagamentos. Em breve, portanto, os brasileiros poderão utilzizar o app para realizar transferências entre usuários.

A expectativa pela liberação desse serviço vinha desde junho de 2020 quando o aplicativo anunciou essa ferramenta, afirmando também que o Brasil seria o primeiro país a contar com o novo recurso. Na época, porém, o BC considerou a iniciativa prematura e suspendeu sua liberação, alegando a necessidade de avaliar melhor o serviço, suas possibilidades de uso, etc.

De lá para cá houve algumas polêmicas como manifestações da Cielo em favor do aplicativo e também do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Num primeiro momento o BC liberou o uso apenas para teste e nesse meio tempo também anunciou o Pix, seu sistema próprio de pagamentos instantâneos, em funcionamento desde novembro de 2020.

O fato é que, a partir dessa liberação, num futuro não muito distante, a ferramenta vai ficar à disposição, ainda que não tenha uma data prevista de lançamento, de acordo com o anúncio feito pelo Whatsapp também na semana passada. No momento, eles seguem com os "preparativos finais".

No texto divulgado pelo Banco Central eles apontam que "o BC acredita que as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos".

A aprovação vale para transações que envolvam as empresas Visa e Mastercard no Brasil. Atualmente, o WhatsApp tem 120 milhões de usuários no Brasil, o que representa cerca de 60% da população brasileira.

O que é um iniciador de pagamentos?

Conforme o próprio BC, um iniciador de pagamentos é um tipo de instituição de pagamentos, ou seja, uma empresa que viabiliza movimentações de recursos mas que não pode conceder empréstimos ou financiamentos de qualquer tipo. "As instituições de pagamento possibilitam ao cidadão realizar pagamentos independentemente de relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras", explica o BC.

Como vai funcionar?

Conforme o anúncio do próprio WhatsApp em junho do ano passado, inicialmente, será possível usar cartões de débito ou crédito do Banco do Brasil, Nubank e da Sicredi das bandeiras Visa e Mastercard - em parceria com a Cielo, processadora de pagamentos. Mas a empresa também deixou claro que estará aberta para novos parceiros no futuro.

Num primeiro momento, a ferramenta deverá ser liberada apenas para usuários Pessoa Física e, em seguida também para Pessoa Jurídica. A expectativa maior, aliás, é justamente dos micro e pequenos empreendedores, pois para eles, a ferramenta promete diversas facilidades, como as transações sem a necessidade de ter uma máquina de cartão de crédito.

Infelizmente, porém, ainda não há detalhes, como um passo a passo do funcionamento do serviço. Em breve, entretando, essas informações também deverão ser divulgadas. Acredita-se porém, que não deverá ser muito difícil utilizar a ferramenta uma vez que ela seja liberada.

O que já se sabe, entretanto, conforme informações divulgadas pela Cielo ainda em 2020, é que pessoas físicas poderão fazer transações entre si no valor máximo de R$ 1 mil e terão direito a receber até 20 transações por dia, com limite de R$ 5 mil por mês. Já pagamentos para empresas, quando liberadas, não terão limite de valor.

Em outra parte do comunicado a Cielo falou sobre as taxas nas transações. "Nas transações, será cobrado do comerciante uma taxa de 3,99% por transação tanto no crédito quanto no débito. Para realizar as vendas, os estabelecimentos comerciais devem se credenciar à Cielo por meio da plataforma do WhatsApp Business, de forma simples e integrada", citou a empresa.

Veja na íntegra a nota divulgada pelo Banco Central.