O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,83% em junho deste ano. A taxa é superior ao 0,44% de maio deste ano e ao 0,02% de junho de 2020. O dado foi divulgado nessa sexta-feira, 25 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Somando esse resultado aos 3,22% que foram acumulados em 2021 entre janeiro e maio, temos uma taxa de 4,13% apenas nesse ano. Na somas dos últimos 12 meses o total já é de 8,13%, um pouco mais do que os 8,06% registrados anteriormente.

A taxa trimestral do indicador, também chamada de IPCA-E, foi de 1,88%.

Causas da inflação no mês

Em junho, a inflação foi puxada principalmente pelos transportes, que registraram inflação de 1,35% no mês. A gasolina, com uma alta de preços de 2,86% no mês foi um dos itens que mais influenciou a inflação de junho. Também foi observado aumento de custo de outros combustíveis: gás veicular (12,41%), etanol (9,12%) e óleo diesel (3,53%).

Outra alta importante em junho veio da energia elétrica, que ficou 3,85% mais cara no mês, e levou a inflação do grupo de despesas habitação para 1,67%.

O terceiro impacto mais importante do IPCA-15 de junho veio dos alimentos, que tiveram uma alta de preços de 0,41%. A inflação do grupo foi mais moderada do que no mês anterior (0,48%).

Os demais grupos de despesa tiveram as seguintes taxas: saúde e cuidados pessoais (0,53%), artigos de residência (1,38%), vestuário (0,88%), despesas pessoais (0,32%), comunicação (0,15%) e educação (0,03%).

Cenário difícil

Essa informação do IBGE foi divulgada um dia após a divulgação do Ministério da Economia de que a meta de inflação para 2024 será de 3%. Para 2022, será de 3,5% e para 2023 de 3,25%. Essa estimativa foi considerada por alguns especialistas como excessivamente positiva frente à inflação registrada nesse momento.

Os dados divulgados nessa sexta-feira, e as informações do último Boletim Fócus, publicado pelo Banco Central na segunda-feira, 21 de junho, segundo o qual a estimativa do mercado para a inflação até o fim de 2021 é de 5,90%, apontam que em 2021, o teto da meta para o ano, que era de 5,25% será ultrapassado.

Isso tudo mesmo com as medidas de contenção da economia e da inflação que vêm sendo tomadas pelo Banco Central por meio dos aumentos da Taxa Selic, que é a taxa de juros básica do país, nesse momento estabelecida em 4,25%, mas que já sofreu três altas consecutivas em 2021.