Eventualmente, uma empresa listada na Bolsa de Valores, decide encerrar suas negociações. Isso pode acontecer por vários motivos, que vão desde o simples desejo de se tornar uma empresa de capital fechado novamente até transações de compra e venda realizadas e que preveem, em seus contratos, a saída de uma das empresas da bolsa.

O fato é que assim como quando uma empresa deseja entrar na bolsa é feito o processo de Oferta Pública Inicial (IPO na sigla em inglês), para sair da bolsa também há um processo, regulamentado, e que deve ser seguido para que a saída se dê de forma adequada.

E esse processo é chamado de Oferta Pública de Aquisição, também conhecida como OPA. Talvez você já tenha ouvido falar nesse termo ou lido em algum lugar. Ele é, pode-se dizer, o oposto de um IPO. Nesse artigo vamos explicar melhor como ele se dá.

Como funciona a Oferta Pública de Aquisição?

A Oferta Pública de Aquisição acontece quando o acionista majoritário, que é aquele que obtém maior parcela das ações da empresa, realiza uma oferta para os demais acionistas visando a compra do restante das ações da companhia.

De acordo com as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o valor desta oferta deverá ser determinado por uma empresa externa, que tenha especialidade na área.

A análise que essa empresa vai fazer, levará em conta os seguintes fatores:

  • O preço médio em que a ação permaneceu nos últimos 12 meses;
  • O patrimônio líquido por ação;
  • Os fluxos de caixa futuros.

Logo após, será necessário a aprovação do valor estabelecido para a compra das ações de dois terços dos acionistas. Porém, se 10% ou mais dos acionistas não estiverem de acordo, será convocada uma assembleia para que seja feita uma nova avaliação e que ela seja apresentada.

Caso o novo valor seja maior, ele que irá predominar para a negociação. Sendo assim, o acionista majoritário ou o grupo que iniciou a OPA decidirá se vai aceitar ou não a proposta. Caso não ocorra um acordo, a Oferta Pública de Aquisição é interrompida. Se houver o acordo, será realizada a compra e o capital da empresa é fechado.

Todo o processo da OPA de uma empresa deve ser comunicado à CVM, o mercado e aos acionistas. Normalmente, esse comunicado é feito por meio de notas em grandes jornais, no site da própria companhia (Central de Relacionamento com o Investidor) ou publicando em algum órgão público oficial.

Motivos que levam a uma Oferta Pública de Aquisição

Existem várias situações em que uma companhia realiza uma oferta de aquisição de ações. Pode-se destacar alguns dos motivos como:

  • Quando as ações estão muito baratas: pode acontecer caso o controlador da empresa entenda que a organização está cotada com um valor de mercado abaixo do seu preço justo;
  • Horizonte favorável: no momento em que existe boas perspectivas de negócios, o objetivo dos controladores é fechar o capital visando um bom potencial de crescimento;
  • Quando existe uma baixa necessidade de recursos: isso ocorre quando a companhia está consolidada e rentável e não necessita captar mais recursos de terceiros no mercado.

Para alguns investidores, nem sempre a OPA é uma negociação vista com bons olhos dentro do mercado financeiro, pois para eles, quando é realizada uma OPA, ela pode fazer com que o mercado de ações enfraqueça, pois ela diminui o número de empresas disponíveis na bolsa de valores.

Linx é um exemplo recente de OPA

Um exemplo recente de OPA é o caso da Linx, empresa brasileira especialista em tecnologia para o varejo que era listada na B3 com o ticker LINX3. No fim de junho, após uma combinação de negócios com a Stone, ela anunciou que deixaria de ser listada na B3 e que passaria a ser uma empresa de capital fechado.

Dentro desse processo de OPA houve uma incorporação de ações da Linx por parte da Stone e a entrega de ações da Stone para os acionistas da Linx. Todo o processo foi concluído no dia 16 de julho de 2021.