O mês de setembro não foi um mês fácil para o mercado de ações do Brasil. O prinicipal índice da Bolsa de Valores sofreu as consequências do mercado asiático, diante do caso Evergrande, e assim, a bolsa caiu de 118,7 mil pontos para 110,9 mil, acumulando uma queda de 6,5% no mês.

A grande companhia imobiliária da China, a Evergrande, deu motivos para o mercado acreditar que ela poderia dar um calote em suas dívidas, de US$ 300 bilhões. E assim, os reflexos da falência foram sentidos em todos os mercados no mundo, inclusive no Ibovespa. Em suma, houve o temor de que o episódio se parecesse à crise imobiliária dos EUA em 2008.

Por outro lado, os problemas políticos do Brasil também não foram vistos com bons olhos pelo mercado. Diante desse cenário turbulento, o setor que mais teve queda foi o varejo. O setor está diretamente ligado ao crescimento do mercado interno, e também sofre com o aumento da inflação.

Quais foram as maiores quedas do Ibovespa em setembro?

Abaixo, confira o ranking das 5 principais ações que mais caíram em setembro, no Ibovespa:

  1. Banco Inter (BIDI11): -31,18%;
  2. Banco Inter (BIDI4): -28,56%;
  3. Via (VIIA3): -25,79%;
  4. Americanas (AMER3): -25,24%;
  5. Magazine Luiza (MGLU3): -21,38%.

A seguir, confira um resumo sobre a queda de cada uma delas.

Banco Inter

Embora o setor do varejo tenha sido o mais afetado, o grande destaque foi para a instituição financeira do Banco Inter. Apenas nos últimos 5 dias do mês de setembro, o BIDI11 e o BIDI4 caíram 20% cada.

vários motivos que justificam essa queda. Tais como o aumento da taxa básica de juros (Selic), e uma reportagem do Broadcast, de que o banco estaria projetando uma provisão maior para as perdas no balanço. Apesar do Banco Inter negar a informação, o mercado financeiro não reagiu bem a essa informação.

Ademais, segundo o Brazil Journal, o fundo da Itaú Asset foi o responsável pela vendas em massa, das ações do Banco Inter no Ibovespa. Em suma, as units passaram de R$ 67,79 no último pregão de agosto, para R$ 46,50 no fim de setembro. Ou seja, houve uma desvalorização de 31,18%. Já o BIDI4, acumulou uma queda de 28,56%, e assim, passou de R$ 21,95 para R$ 15,68.

Via

No setor de varejo, a companhia que mais teve queda em setembro foi a Via. Isso ocorreu, diante das incertezas econômicas e políticas do cenário interno. Os papéis da varejista acumularam uma queda de 25,79%.

Dentre os detalhes do mês, está o relatório do Bank of America (BofA), que revisou a sua recomendação para a Via. O banco rebaixou as ações de compra para neutra, e o preço-alvo passou de R$ 19,50 para R$ 9. Como justificativa para isso, o BofA citou o aumento constante da inflação.

Americanas

Durante o mês de setembro, as ações da Americanas caíram 25,24%. Além das incertezas internas, o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), também tem prejudicado o varejo.

Em setembro, a prévia da inflação, IPCA-15, veio com uma alta histórica de 1,14%. E isso, contribuiu para a baixa nas ações da Americanas, e de outras varejistas. Dessa forma, enquanto em agosto as ações da Americanas eram negociadas a R$ 41,36, no fim de setembro estavam disponíveis a R$ 30,92.

Magazine Luiza

A maior empresa do setor de varejo do Brasil, Magazine Luiza, ficou com o quinto lugar das maiores quedas do Ibovespa. Assim como as demais empresas, o Magazine Luiza sofre com as incertezas do mercado, e com o aumento da inflação.

Outro fator determinante que fez a varejista cair, foi o relatório da consultoria americana YipitDat, divulgada pela agência de notícias Bloomberg. No relatório, a consultoria afirma que, ao comparar a Magalu com o Mercado Livre, as vendas da primeira tiveram um crescimento mais lento.

E assim, o mercado financeiro interpretou que os resultados do 3º trimestre do Magazine Luiza, que saem em outubro, devem ser comprometidos. Diante disso, a varejista acumulou uma queda de 21,38%.

Oscilações fazem parte do mercado de ações, não é mesmo?