O Inter (BIDI3, BIDI4 e BIDI11) reportou lucro líquido de R$ 27,5 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), sendo um aumento de 31,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, segundo o relatório divulgado na segunda-feira, 16 de maio, o resultado fica 331% acima do registrado no quarto trimestre de 2021, de R$ 6,4 milhões.

Entre janeiro a março de 2022, o Inter chegou a 18,6 milhões de clientes, representando um crescimento de 82% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. No 1T22, foram adicionados mais de 2,3 milhões de clientes novos; alta anual de 30%.

Por sua vez, a o custo de aquisição de clientes (CAC) atingiu R$ 29 por cliente, um aumento de 4,6% na comparação anual. De outro lado, a receita média por cliente ativo (ARPAC) apresentou um crescimento de 11%, atingindo R$ 367.

O início de 2022 do Inter foi marcado por eventos importantes na companhia. Após a conclusão da aquisição da fintech Usend que expande e diversifica as atividades da empresa nos Estados Unidos, veio a segunda tentativa de migração para a Bolsa de Valores Nasdaq.

Outros destaques dos resultados do Inter (BIDI11) no 1T22

As receitas líquidas totais atingiram R$ 1,243 bilhão no 1T22, um aumento de 129,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Destaque para a receita de serviço que cresceu 151,9% nesse mesmo intervalo, atingindo R$ 522 milhões com impulso do crescimento nas receitas de floating e Inter Shop que totalizaram R$ 143 milhões e R$ 101 milhões, respectivamente.

Do total da receita de serviço, um valor de R$ 153,8 milhões foi gerado pelas operações de cartões do Inter. Segundo o relatório, foram utilizados mais de 5,8 milhões de cartões múltiplos no 1T22, volume 68% superior ao do 1T21, sendo que o volume transacionado aumentou 86% na comparação anual para R$ 14,1 bilhões, dos quais R$ 7,7 bilhões eram de débito.

Nas operações de banco, o Inter informa que sua receita de floating, cálculo gerencial que se dá pela remuneração do saldo de depósitos à vista, livre de compulsório, aplicado a 100% do CDI, foi beneficiada por aumento de 54% nesses depósitos que ultrapassaram R$ 23,2 bilhões no trimestre e pelo aumento da taxa selic no período.

Segundo o relatório, o resultado bruto da intermediação financeira antes da PDD (NII), que é composto pelas receitas de operações de crédito, líquidas do custo de captação, somados às receitas financeiras, atingiu R$ 544,5 milhões no 1T22, crescimento de 78% na comparação anual.

A carteira de crédito ampliada do Inter totalizou R$ 19,8 bilhões no 1T22, com crescimento de 80,6% na comparação anual. A produção de crédito atingiu R$ 4,5 bilhões, uma alta de 22%, com destaque para o crédito a empresas, que cresceu 97% na mesma base de análise.

Créditos: Reprodução/RI Inter.
Créditos: Reprodução/RI Inter.

Inter Shop, Seguros e Inter Invest

No Inter Shop - que beneficiou o balanço -, o volume total de vendas (GMV) somou R$ 1,1 bilhão, sendo um crescimento anual de 56%. No mesmo período, houve 6,8 milhões de transações e captação de 504 mil novos clientes na plataforma de vendas do Inter. Segundo o relatório, nos últimos 12 meses, 3,1 milhões de clientes usaram o Inter Shop, e 73% são clientes recorrentes.

Na linha de seguros, o Inter gerou uma receita de R$ 29,8 milhões, em alta de 52%, com uma base de clientes de 915 mil, carteira essa que cresceu quase 2,5 vezes na comparação anual. "A Inter Seguros encerrou o primeiro trimestre do ano com recordes em suas principais linhas. Somamos 11 trimestres consecutivos de crescimento em receita e base de clientes ativos", disse o Inter.

O relatório mostra que as receitas da Inter Invest atingiram R$ 37 milhões no 1T22, em crescimento anual de 144%. O braço de investimentos da empresa chegou a 2 milhões de clientes investidores no 1T22, um avanço de 34% em relação ao mesmo período de 2021. Destes, mais de 438 mil possuíam ações custodiadas no Inter; alta anual de 19%.

A migração do Inter para a Nasdaq

As aprovações societárias necessárias para a realização da reorganização societária do Inter, que objetiva migrar as ações e reformular a empresa da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) para a Nasdaq, foram obtidas em Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 12 de maio de 2022. No mesmo dia, a operação também foi aprovada na Inter Holding Financeira S.A. (HoldFin), a atual controladora do Banco Inter.

Segundo o documento divulgado, a consumação da reorganização societária agora está sujeita à verificação de condições específicas que, se não cumpridas, prejudicam a operação. São elas:

  • inexistência de ordem que suspenda a declaração de registro (registration
    statement) da SEC;
  • inexistência de início ou ameaça de procedimentos nesse sentido pela SEC;
  • cumprimento de todas as condições precedentes ao desembolso, em favor da HoldFin, de financiamento a ser por ela contratado junto a instituições financeiras, no valor de até R$ 1,1 bilhão para fazer frente ao Resgate das PNs Resgatáveis em dinheiro, pelos acionistas dissidentes;
  • Homologação dos atos societários da AGE Reorganização pelo Banco Central do Brasil.

Desta vez, o Inter anunciou que caso o montante de desembolso, chamado de "Opção Cash-Out" seja ultrapassado, os acionistas, nesse caso, receberão as BDR's a serem listadas na B3 mais um desembolso. Só podem solicitar o dinheiro o acionista que comprou ações do Inter até o dia 15 de abril de 2022 que é a data de corte, sendo que o pedido deve ser feito até 20 de maio desse ano.

- Veja o documento sobre a reorganização do Inter, com informações sobre a situação dos acionistas.

Essa é a segunda tentativa. Antes, o Inter havia fixado um limite de R$ 2 bilhões para a opção cash-out, que possibilita aos investidores contrários à migração para a Nasdaq a remuneração em dinheiro, de forma proporcional, valor esse que foi ultrapassado e assim barrou a operação.