Quando se pensa em investir, escolher as modalidades que mais podem multiplicar o dinheiro ao longo do tempo é a primeira coisa considerada. Mas, tem um fator que nem todos sabem e analisam e vamos falar sobre ele por aqui.

Os Juros Compostos são o famoso "juros sobre juros" que tem o poder de alavancar investimentos e remunerar muito melhor os investidores, na comparação com um dinheiro aplicado em "juros simples".

De outro lado, os juros compostos deixam empréstimos e dívidas mais altos. Saiba mais como funcionam e quais investimentos têm rendimentos alavancados por eles.

Neste artigo, você verá:

ÍNDICE

O que são Juros compostos?

Em matemática financeira, Juros Compostos é o nome do cálculo que recai sobre o valor inicial mais os juros acumulados. Dessa maneira, os juros compostos são usados amplamente no mercado financeiro para fins de valorização de capital.

É o oposto de juros simples, onde o cálculo é constante e recai apenas sobre o valor incial.

R$ 1.000 a juros simples vs juros compostos: quanto rende?

Por exemplo, se um valor inicial de R$ 1.000 fosse investido em um ativo com juros simples, a uma taxa de 1% ao mês, o retorno seria de R$ 10 por mês. (1% ou 0,01 x 1.000). Isso aconteceria mesmo se o saldo ficasse aplicado durante um ano. Em doze meses, portanto, os ganhos seriam de R$ 120.

Agora, se o mesmo saldo de R$ 1.000 fosse aplicado em um tipo de investimento de juros compostos, a 1% por mês, os ganhos seriam muito maiores. Veja:

  • No primeiro mês, o ganho será de R$ 10 (1% de 1.000) e o saldo sobe para R$ 1.010;
  • Já no segundo mês, o ganho será de R$ 10,10 (1% de 1.010), totalizando R$ 1.020,10;
  • E assim por diante...
  • Em doze meses, o retorno bruto será de R$ 126,83 e o saldo, R$ 1.126,82.

Para fazer o cálculo dos Juros Compostos, é preciso seguir a seguinte fórmula:

M = C(1+i)t

Onde:

M: Montante

C: Capital inicial

i: taxa de juros

t: tempo

Tratando-se de finanças, os juros compostos possuem dois lados para nosso bolso: potencializam ganhos de investimentos e deixam empréstimos mais altos.

Entretanto, em alguns casos os juros compostos não são aplicados, como no caso de financiamentos imobiliários onde a lei proíbe a prática.

No exemplo acima, a diferença (R$ 6,83) pode parecer pequena, mas o detalhe dos grandes investimentos em juros compostos está no prazo e constância dos aportes. Ao longo dos anos, o retorno seria maior quando aplicados a juros compostos.

Juros Compostos: quais investimentos usam?

Existem muitas formas de encontrar investimentos a juros compostos no mercado financeiro e assim potencializar os ganhos com base na fórmula.

Apesar de a renda variável ter o poder de alavancar o patrimônio, os ganhos com esses ativos, como ações, não são previsíveis e, às vezes, há perdas e a fórmula dos juros compostos não pode ser aplicada de forma direta.

De outro lado, na renda fixa os ativos são regidos pelos juros compostos de forma mais precisa. Pois, em regra, as taxas recaem sobre o saldo investido mais os juros acumulados. Veja exemplos:

  1. CDB;
  2. CRI e CRA;
  3. LCI e LCA;
  4. Tesouro Direto

CDB

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos ativos financeiros mais tradicionais do mercado brasileiro e o título de Renda Fixa mais comprado pelo investidor pessoa física, segundo a Bolsa.

Todo CDB tem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Os rendimentos dependem e podem ser prefixados ou pós-fixado, sendo baseado em diversos indexadores, principalmente no CDI.

CRI e CRA

Os Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são ativos de renda fixa, sob a forma de títulos de dívida, atrelados ao setor imobiliário e agropecuário, respectivamente.

Os rendimentos do CRA são isentos de Imposto de Renda para pessoa física. Por sua vez, os CRI destacam-se por possuírem rendimentos a taxas prefixadas, pós-fixadas ou híbridas.

LCI e LCA

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são também dois tipos de investimentos de renda fixa que rendem a juros compostos. Ambas isentas do imposto de renda. O prazo mínimo de vencimento desses ativos varia de acordo com o indexador que possui.

Como o nome sugere, os recursos aplicados em um LCI serão investidos e expostos ao mercado imobiliário, enquanto os investimentos em LCAs são ligados ao setor do agronegócio.

Tesouro Direto

Títulos públicos federais, no âmbito do Tesouro Direto, são também tipos de ativos de renda fixa cujos redimentos correm a juros compostos.

Existem, vários tipos de títulos - desde ligados à selic até os que rendem pela inflação -, e a indicação é que os aportes sejam deixados rendendo até a data do vencimento. É possível, entretanto, fazer o resgate antecipado.

Exemplo de Juros Compostos no Tesouro Direto

Veja esse título do Tesouro Direto, com uma taxa prefixada de 11,98% ao ano e com vencimento em 1º de janeiro de 2029.

Com um valor inicial de R$ 1.000 e usando a fórmula dos juros simples, isso daria um retorno de R$ 119,80 por ano. Mesmo se o investimento fosse deixado por 7 anos, os rendimentos seriam de R$ 838,6 e ficariam bem abaixo de um investimento a juros compostos.

Assim como mostra o simulador do Tesouro, a juros compostos, os rendimentos brutos seriam de R$ 1.023 com resgate em 1º de janeiro de 2029. Confira:

Reprodução/Tesouro Direto
Créditos: Reprodução/Tesouro Direto