O mês de outubro foi mais um mês complicado para a economia, em especial por conta da alta da taxa básica de juros. Em suma, a Selic já está em 7,75% ao ano, e a previsão é de que ela ultrapasse 2 dígitos.

Por conta disso, os analistas alteraram as suas recomendações, e passaram a mirar em ações que podem se beneficiar, ou pelo menos, ser pouco prejudicadas, diante desse cenário da economia.

Neste mês de novembro, as ações preferenciais do Bradesco ficaram entre as ações mais recomendadas pelas corretoras consultadas. E assim, tomou o espaço da Itaúsa, que estava na lista de outubro. Ademais, a liderança ficou com a Taesa. Abaixo, confira todos os detalhes.

5 ações que pagam bons dividendos para investir em novembro

Abaixo, confira a lista das 5 ações mais recomendadas, pelas corretoras Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Itaú, XP Investimentos e Economatica.

Empresa Ticker Nº de recomendações Retorno em outubro de 2021 Retorno em 2021 Retorno em 12 meses
Taesa TAEE11 8 2,29 18,37 46,75
Telefônica Brasil VIVT3 6 7,07 2,71 14,7
Isa CTEEP TRPL4 5 0 -5,04 18,14
Vale VALE3 5 -6,07 -3,68 39,11
Bradesco BBDC4 4 -4,38 -16,92 13,71

Análise de cada ação

Taesa (TAEE11)

As ações da Taesa voltaram a estar no topo das recomendações para os investidores focados em boas pagadoras de dividendos. De acordo com o Estatuto Social da Taesa, o dividendo anual mínimo é 50% do lucro líquido ajustado do exercício.

Ademais, os analistas do BTG afirmam que a empresa tem uma grande disciplina financeira, com um rígido controle de custos e alta diligência na alocação de capital, "buscando sempre bons projetos com alta rentabilidade".

Telefônica Brasil (VIVT3)

A Telefônica Brasil é a segunda principal recomendação para os investidores que têm foco em boas pagadoras de dividendos. Isso acontece, por conta dos ótimos resultados e expansão dos negócios.

De acordo com um relatório do Santander:

"Acreditamos que a Telefônica Brasil apresenta um excelente perfil risco-retorno e, nos preços atuais, uma oportunidade bastante atrativa de investimento, devido à sua sólida geração de caixa e pagamento de dividendos aos acionistas".

Ademais, a Guide diz que a empresa teve um crescimento nas principais unidades de negócio, segundo o balanço do 2º trimestre. Além disso, as ações são impulsionadas pelo número de clientes do segmento móvel e de fibra ótica. Por fim, a margem Ebitda da companhia, também ficou acima do estimado pelo mercado.

ISA CTEEP (TRPL4)

Assim como a Taesa, a ação da CTEEP é uma das mais recomendadas pelos analistas. No mês de outubro, o desempenho das ações superou o do Ibovespa. Segundo os analistas da XP, isso acontece por conta da "percepção defensiva que o segmento de transmissão demonstra em meio a um cenário macro desafiador".

Conforme os analistas da XP, não existem, até então, riscos que possam pesar sobre o pagamento de dividendos em 75% do lucro líquido regulatório pela empresa. É dito isso, por conta da posição de caixa favorável, bem como a resiliência do segmento de transmissão de energia.

Vale (VALE3)

Em comparação ao mês de outubro, a Vale perdeu algumas recomendações. Isso acontece por conta do cenário mais instável para o minério de ferro, e a perspectiva de juros em alta. Apesar disso, alguns analistas ainda veem a ação da mineradora como uma das principais apostas para esse tipo de estratégia de investimento.

De acordo com os analistas do Santander, apesar dos efeitos ruins da pandemia, a Vale está muito bem posicionada na indústria global. Eles afirmam que:

"Esperamos que a demanda por minério de ferro de alta qualidade continue elevada no curto prazo, em decorrência de medidas de estímulos econômicos adotados na China, como a priorização de obras de infraestrutura, por exemplo, beneficiando a empresa".

Bradesco (BBDC4)

Por fim, o Bradesco é visto como uma empresa defensiva, em um contexto da alta de juros no Brasil, embora isso ainda não reflita nos preços. De acordo com os analistas do BTG, "a margem financeira com clientes pode crescer acima de 10% em 2022, com as inadimplências e as provisões sob controle". Ademais, eles estimam uma taxa de retorno com dividendos de 7,9% em 2022.

Os analista da Órama, que também recomendam as ações do Bradesco, afirmam que além da alta da Selic, a importância da concessão de crédito para os negócios do banco, em especial para as grandes empresas, é positivo. "Este será um dos últimos negócios a serem atacados pelas fintechs", afirmam os analistas.