Da mesma maneira que economizar dinheiro exige dedicação, para os investidores, saber escolher as melhores aplicações financeiras para sua carteira de investimentos também requer tempo, atenção e conhecimento.

O interessante para o investidor é que existem muitas alternativas de aplicações para alcançar seus objetivos. Mas você sabe exatamente o que são as aplicações financeiras e quais os tipos que existem?

Vamos entender melhor sobre o assunto a seguir.

O que é aplicação financeira?

Tecnicamente, a aplicação financeira é um investimento. Sempre que um investidor compra um ativo ou título, tendo como objetivo obter remuneração, ele estará fazendo uma aplicação, ou seja, estará aplicando seu dinheiro em algo para obter retorno.

Tipos e opções aplicações financeiras

Existem inúmeros tipos de aplicações e cada uma delas têm seus benefícios. E alguns fatores sempre precisam ser levados em consideração na hora de escolhê-las.

A rentabilidade, por exemplo, é algo a ser avaliado, ou seja, o retorno financeiro que se pode obter com elas ao fim de um determinado período.

Outro fator é a liquidez, ou seja, o quão rápido é possível resgatar o dinheiro aplicado. Há alguns investimentos cuja liquidez é diária e outros que exigem um tempo mínimo de aplicação para que se obtenha o retorno desejado.

  • A poupança, por exemplo, tem uma liquidez mensal. Se você aplica dinheiro nela e deseja tirar antes de 30 dias, não irá ganhar nada além daquilo que aplicou.

E há ainda o risco, que é o nível de chances que uma aplicação tem de dar um rendimento menor do que o esperado ou até do que o aplicado. De uma forma geral, as aplicações que têm variações de preço maiores são aquelas que podem dar mais lucros, mas elas também são mais arriscadas.

  • Esse é o caso das ações, por exemplo, em comparação com a compra de um título prefixado no Tesouro Direto. As ações têm variações constantes em seus preços e se bem escolhidas, o investidor pode ter lucros altos com elas. Mas se algo der errado, ele também pode perder todo o seu dinheiro. Já no Tesouro Prefixado o investidor aplica o dinheiro e sabe exatamente quanto ele irá ganhar ao fim do período do investimento. Ele não tem oscilações e não tem riscos.

E na hora de escolher uma aplicação, o que investidor deve fazer é colocar todos esses fatores na balança, observando o que é mais importante pra ele.

Como saber em qual investir?

Não existe uma resposta certa para essa pergunta. Na verdade, uma das primeiras coisas que você deve saber na hora de investir é qual o seu perfil de investidor. Isso vai te ajudar muito a saber em quais ativos investir ou não. Porque a escolha só depende de você e dos seus desejos, objetivos.

Existem três grandes perfis investidores. São eles:

  • Perfil conservador: é aquele que prefere não correr riscos;
  • Perfil moderado: mistura um pouco do perfil conservador com um pouco do perfil arrojado. É um investidor um pouco flexível;
  • Perfil arrojado: é aqueles que não se importa de correr riscos para obter rendimentos e que costuma ser muito flexível;

Para o primeiro grupo são indicados os investimentos mais em renda fixa enquanto que para o terceiro grupo o mais ideal são investimentos na bolsa de valores. Já para o perfil moderado, o segundo da lista, a recomendação é o caminho do meio, ou seja, um pouco de renda fixa e um pouco de renda variável.

Existem vários testes online que você pode fazer, inclusive nos aplicativos de algumas corretoras de investimentos. Nesse teste, são feitas algumas perguntas que ajudam a direcionar quais ativos serão oferecidos para cada tipo de pessoa. Essas perguntas incluem:

  • Quanto de dinheiro você já tem investido;
  • Há quanto tempo você investe;
  • Quanto de risco você está disposto a assumir com o seu dinheiro;
  • Além de outras perguntas que permitam à plataforma saber mais sobre você e sua relação com os investimentos.

É importante ser o mais sincero possível nessas respostas para que o perfil traçado seja, de fato, o seu. Se a sua resposta para alguma das perguntas for algo como "não tenho a menor ideia", não tem problema. Você não será impedido de investir, mas a plataforma vai recomendar investimentos mais coerentes com o seu momento.

Quais as melhores aplicações financeiras para 2022?

Não há uma fórmula ou resposta certa para isso, porque como vimos acima, as aplicações envolvem váriáveis como risco, rentabilidade e liquidez e a forma como cada perfil de investidor enxerga esses pontos.

Mas nós podemos te mostrar algumas das principais para que você tenha uma ideia e saiba por onde começar a investir ou por onde seguir caso esteja querendo diversificar mais sua carteira. Confira:

1. Ações

Considerando a ideia de que uma empresa seja um bolo, as ações seriam as fatias dele, que podem ser vendidas para qualquer pessoa que tenha interesse nessa fatia. Então, adquirir uma ação é estar virando dono de um pequeno pedaço de uma empresa.

As ações são negociadas na Bolsa de Valores. No Brasil só temos uma bolsa, que é a B3. Para comprar e vender esse tipo de ativo é nessário ter uma conta em uma corretora de investimentos. As negociações podem ser feitas com o intermedio dessa corretora ou você pode acessar o home broker e negociar diretamente.

2. Brasilian Depositary Receipts (BDRs)

Eles são certificados de depósitos que são emitido e negociados no Brasil. Eles representam as ações das empresas listadas em bolsas de outros países, tais como na NASDAQ e a NYSE, dos Estados Unidos. Resumidamente: eles não não as ações propriamente ditas, mas títulos ligados a elas.

Em geral, os tickers dos BDRs negociados na B3 possuem em seu código 4 letras, seguido pelos números 32, 33 ou ainda 34. Um exemplo, é a AURA33, por exemplo. BDRs de ações da mineradora Aura 360. Recentemente os BDRs do Nubank, cujo ticker é NUBR33, também ficaram bem conhecidos.

A negociação dos BDRs acontece exatamente da mesma forma que das ações. A principal diferença entre BDRs e Ações é que por estarem ligados a ações internacionais, os BDRs expõem os investires um pouco mais ao dólar. Essa é uuma forma de dolarizar a carteira, portanto.

3. Tesouro Direto

Tendo mais de 15 anos de criação, o Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado. É o governo federal que garante a remuneração dos títulos do Tesouro Direto.

Uma das vantagens dessa aplicação é o baixo risco de investimento e a facilidade de aplicação, pois os títulos podem ser adquiridos a partir de R$ 30.

4. Certificado de Depósito Bancário - CDB

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma das opções mais populares dos brasileiros, já que tem baixo risco, pois conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o mesmo da poupança, mas com rendimentos maiores do que a poupança.

O CDB é uma aplicação de renda fixa, onde os grandes bancos e instituições financeiras realizam uma espécie de empréstimo, determinando valores e períodos em que não é possível movimentar o dinheiro. Durante esse período, a instituição remunera o investidor com juros do valor depositado por ele.

5. LCI e LCA

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), são títulos de renda fixa que tem por intuito ajudar o crédito imobiliário e o agronegócio no país.

Parecidas com o CDB, ambas aplicações são emitidas pelos bancos, captando recursos para destinar a empréstimos, oferecidas tanto para o setor imobiliário quanto para o agronegócio.

Elas também contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, assim como os CDBs e a poupança.

6. COE

Mudando um pouco, o COE (Certificado de Operações Estruturadas) além de renda fixa também trabalha com renda variável. Ele pode assumir vários tipos diferentes de atuação, como ter vantagens e acesso a novos mercados com apenas um único investimento, e ainda conta com custos baixos.

Mas os COEs não têm a garantia do FGC.

7. Fundos de Investimentos

Um Fundo de Investimento é uma aplicação que reúne recursos de vários investidores para aplicar no mercado financeiro e de capital e cujos ganhos são divididos entre aqueles que participaram, na proporção dos valores oferecidos por cada um.

Cada investidor possui uma ou mais cotas, onde há uma série de normas para obter a remuneração. Essa aplicação é uma maneira muito prática para investir, já que existem profissionais cuidando da administração de suas aplicações e buscando as melhores rentabilidades.

Em geral, corretoras e empresas ligadas a investimentos é que oferecem os Fundos para o investidor. Vale lembrar, entretanto que esses ativos também não contam com a garantia do FGC.

8. Exchange Traded Funds (ETFs)

Os ETF também são muito comumente chamados de Fundos de Índices pelos especialistas. Isso porque eles têm muitas semelhanças com um fundo de investimentos tradicional, ou seja, também reunem recursos de vários investidores.

Uma das diferenças, porém, é que um ETF tem suas cotas negociadas diretamente em bolsas de valores, assim como as ações de uma empresa. Ou seja, se você quer comprar ou vender é só ir no home broker da sua corretora e efetuar a movimentação.

Além disso, fundos de Investimentos têm gestores que administram os investimentos para você e têm um período mínimo para resgate do valor investido. Com o ETF não tem esse período mínimo.

Outra diferença é que, ainda que tenha também um gestor, o ETF normalmente está ligado a um índice e, nesse caso, o papel do gestor é usar os recursos dos investidores nas ações incluídas no índice, na mesma proporção.

Um exemplo de ETF é, por exemplo é, por exemplo, o BOVA11, que é ligado ao Índice Bovespa (Ibovespa). Dessa forma ao investir nesse ativo você estará investindo indiretamente no Ibovespa, ou pelo menos, numa aplicação que tenta replicá-lo.

9. Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs)

Um fundo imobiliário ou FII é uma espécie de "condomínio" de investidores, que reúnem seus recursos para que sejam aplicados no mercado de forma conjunta no mercado imobiliário. Semelhante também aos Fundos de Investimento.

A dinâmica mais tradicional é que o dinheiro em questão seja usado na construção ou na aquisição de imóveis, que depois sejam locados ou arrendados. Sendo assim, os ganhos obtidos com estas operações são divididos entre os participantes, na proporção em que cada um aplicou.

Embora muitos fundos imobiliários realizem uma distribuição de regular de rendimentos mensais, algo semelhante ao funcionamento de alguns títulos públicos (que pagam juros semestrais), os fundos imobiliários não são considerados como de renda fixa.

Primeiro porque não há garantia de manutenção dos rendimentos ao longo do tempo, já que inquilinos podem deixar de pagar o aluguel ou um imóvel pode acabar desocupando.

A segunda é que as cotas oscilam na bolsa, isso mesmo, eles são negociados na B3 e às vezes tanto quanto uma ação, por conta de fatores como condições do mercado ou gestão da carteira, podem variar. Assim, não é possível prever no longo prazo qual será a condição de retorno de um fundo imobiliário, como acontece na renda fixa.

10. Previdência Privada

A Previdência Privada é uma boa opção entre a renda fixa, já que ela é boa para quem busca um retorno a longo prazo maior comparado à poupança. São duas modalidades para a Previdência Privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).

Os dois se diferenciam de todas as outras aplicações em renda fixa, pois unem benefícios de um investimento financeiro com algumas vantagens fiscais que são asseguradas por Lei para aplicações de longo prazo.

Os fundos de previdência não contam com a garantia do FGC.