A Companhia Brasileira de Alumínio, CBA (CBAV3), registrou lucro líquido de R$ 426,081 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), assim revertendo o prejuízo de R$ 133,2 milhões obtido no mesmo período de 2021. Segundo o relatório divulgado, o resultado foi beneficiado principalmente por melhores preços de alumínio no período.

A CBA, que atua com o alumínio, metal impactado com o conflito entre Rússia e Ucrânia, realizou oferta pública inicial (IPO) e estreou na Bolsa de Valores de São Paulo em julho de 2021.

"O ano de 2022 começou com expectativas positivas para a indústria do alumínio, quando o preço do metal chegou a atingir seu recorde histórico de US$3.985/t, pela perspectiva de que o mercado, já apertado, poderia sofrer ainda mais impactos em função do conflito entre Rússia e Ucrânia. A média do preço do alumínio no 1T22 foi de US$3.280/t, um crescimento relevante de 56% em comparação com o 1T21", consta no balanço da CBA. "Por outro lado, custos mais altos de insumos seguiram pressionando o resultado, em função de um mercado global mais volátil e com cadeias de suprimentos sob pressão".

O mercado favorável motivou o ebitda ajustado de R$ 552 milhões no 1T22 em alta anual de 53%, representando recorde para um trimestre. Segundo o relatório de resultados, a CBA contou com melhora no negócio de alumínio, o que beneficiou o balanço, após aumento dos preços de venda praticados, avanço do preço do alumínio no mercado financeiro e dos prêmios praticados em todas as linhas de produtos primários e transformados.

Outros destaques dos resultados da CBA (CBAV3) no 1T22

A receita líquida consolidada da CBA atingiu R$ 2,292 bilhões no 1T22, com crescimento de 28% em relação ao 1T21, influenciado principalmente pelo aumento de 32% na receita do negócio de alumínio, que gerou R$ 2,220 bilhões.

O avanço do alumínio deu-se principalmente por alta de 56% do produto na London Metal Exchange (LME), cuja média passou de US$ 2.096 por tonelada no 1T21 para US$ 3.280/t no 1T22. O resultado foi, entretanto, puxado por queda de 9% no volume vendido, que atingiu 109 mil toneladas no 1T22.

Destaca-se o segmento de primários da CBA que registrou vendas de 52 mil toneladas no 1T22, uma queda de 15% em relação ao mesmo trimestre de 2021, por cause de menor demanda dos produtos tarugos e lingotes liga dos segmentos de construção civil e automotivo, respectivamente.

Os segmentos de transformados e reciclagem tiveram queda de 13% e crescimento de 17%, respectivamente, na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. Por sua vez, a operação de reciclagem passou a contribuir na receita da CBA após integração da Alux do Brasil a partir de 1º de fevereiro de 2022, trazendo R$ 79 milhões.

Segundo o relatório, outro fator que contribuiu para o crescimento da receita foi o aumento dos prêmios praticados pela CBA em todas as linhas de produtos primários e transformados. Confira abaixo o desempenho:

Créditos: Reprodução/RI CBA.
Créditos: Reprodução/RI CBA.

No 1T22, houve um aumento de 29% do Custo dos Produtos Vendidos (CPV), totalizando R$ 1,738 bilhão, sendo 88% representado pelas operações de alumínio, 11% por energia e 1% por níquel.

Entre janeiro a março de 2022, o resultado financeiro da CBA ficou positivo em R$ 167 milhões, ante saldo negativo de R$ 245 milhões no mesmo período de 2021. Do total, R$ 198 milhões foram relativos a resultados líquidos de hedge.

A CBA fechou o primeiro trimestre de 2022 (1T22) com uma dívida líquida de R$ 1,153 bilhão, contra os R$ 3.041 bilhões em março de 2021. Do total, 82% é contratada em dólar. Nesse intervalo, a alavancagem financeira da companhia caiu de 3,53 vezes para 0,67x.

IPO positivo: CBA (CBAV3) avançou 79% na B3

As ações da CBA (CBAV3) foram precificadas em 14 de julho de 2021 a R$ 11,20 cada. Conforme os registros divulgado pela empresa, desde então, até o fim do 1T22, a ação apresentava valorização de 79% na B3, fechando o trimestre com cotação de R$ 20,05.

Por sua vez, o volume médio diário negociado (ADTV) da CBAV3 entre janeiro a março de 2022 (1T22) foi de R$ 48,7 milhões. De outro lado, nesse mesmo intervalo (14 de julho de 2021 e 31 de março de 2022), o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa (IBOV) apresentou uma desvalorização acumulada de 6,5%, aponta a CBA em relatório.

CBA aprovou R$ 172 milhões em dividendos

A CBA anunciou no final de abril desse ano aprovação de um valor total de R$ 172 milhões a ser distribuído aos acionistas da companhia em forma de dividendos. Com pagamento marcado para o dia 18 de maio de 2022, a remuneração é relativa ao ano de 2021.

Segundo o documento divulgado, a CBA pagará cerca de R$ 57,119 milhões em forma de dividendos obrigatórios, equivalentes a R$ 0,09586487054 por ação, bem como mais de R$ 114,8 milhões em dividendos suplementares, sendo R$ 0,19280645830 por ação.

A data de corte (data-base ou data-com) para receber esses dividendos da CBA foi 29 de abril de 2022, sendo que, a partir do dia útil seguinte - 02 de maio de 2022 (inclusive) -, as ações passaram a ser negociadas na B3 em ex-dividendos.