Ao aplicar o seu dinheiro para multiplicá-lo é fundamental pensar na rentabilidade. Por isso, vale a pena considerar os investimentos que são corrigidos pela inflação, para assim, poder garantir um ganho real.

É dito isso, pois essa é a única categoria que dá um retorno acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, você tem certeza de que o seu dinheiro está valendo mais e se valorizando com o passar do tempo.

Não entendeu? Abaixo, vamos esclarecer todas as dúvidas de como essa relação acontece, bem como ajudar você a tomar a melhor decisão sobre onde investir. Dessa forma, você vai ter todas as informações sobre onde investir, sem perder o seu dinheiro.

O que significa a palavra inflação?

A inflação é o termo usado para se referir ao aumento generalizado e persistente de preços em produtos e em serviços. Sendo assim, na prática, quanto mais alta ela for, menos o seu dinheiro vai valer.

O impacto consegue ser ainda maior, caso a remuneração salarial não acompanhe o movimento de elevação na mesma magnitude. Além disso, vale destacar que se a alta de preços for muito repentina, a inflação não se caracteriza.

No país, esse fator se define por meio do cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IBGE é responsável por divulgar o mesmo, bem como é a referência para a maioria das instituições brasileiras.

Apesar disso, também existem outros indicadores de inflação. Um deles é o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), muito usado para o reajuste de aluguéis imobiliários.

Ademais, os cálculos de inflação são realizados com base em uma média ponderada. Sendo assim, cada valor tem um peso distinto. Além disso, são considerados os itens mais consumidos. Entre eles, estão: Alimentos; Combustíveis; Aluguéis; e Roupas.

Qual a relação entre inflação e investimentos?

Embora não pareça, a inflação não interfere apenas no seu poder de compra, mas nos seus investimentos e em algumas linhas de crédito também. Mas nesse caso, de uma forma positiva!

Isso mesmo! Toda vez que você aplica o seu dinheiro, tem uma rentabilidade. Entretando, nem sempre ela é real. Na prática, você vai ter um ganho, mas ele só será real, se estiver acima da inflação. Do contrário, há ainda a perda do poder de compra.

Para você ter ideia, vamos fazer o seguinte exercício: pense no que você comprava nos anos 2000, no supermercado, com R$ 100. E agora, veja o que você pode comprar atualmente com esse dinheiro. Embora o valor seja o mesmo, a quantidade de produtos é bastante inferior, por conta do IPCA.

Por exemplo: o kilo da picanha que custava R$ 43,99 em abril de 2020, um ano depois saltou para R$ 69,99. Essa diferença faz com que muitas pessoas não consigam mais comprar o item, e tantos outros, que com os aumentos elevados, restringiu o acesso ao alimento.

Entretanto, se a inflação é ruim para quem sofre com esses preços altos, ela pode ser boa para quem investe. Isso porque, garante o chamado ganho real. Ou seja, uma taxa a mais, que fica acima do IPCA.

E embora qualquer aplicação financeira oferte essa rentabilidade verdadeira, somente os investimentos com correção pela inflação, trazem essa garantia. É dito isso, pois eles ofertam um rendimento híbrido. Ou seja, o IPCA + mais uma taxa anual.

Por exemplo: inflação + 1,5% ao ano. Esse 1,5% é o percentual de ganho efetivamente. Além disso, vale ressaltar que essa taxa é fixa. Sendo assim, é independente de outros indicadores financeiros.

Quais são os investimentos influenciados pela inflação?

Abaixo, conheça as aplicações financeiras que garantem o retorno superior ao IPCA. Embora existam muitas alternativas, abaixo vamos citar as principais:

1. Tesouro IPCA+

O título do Tesouro Direto paga uma taxa fixa + a variação do IPCA. Em geral, ela costuma ter um vencimento de longo prazo, assim como também pode ser resgatado antes do tempo. Entretanto, o saque sofre os efeitos da marcação a mercado quando feito de forma antecipada.

Ou seja, o Tesouro IPCA+ sofre oscilações diárias. Dessa forma, na hora do resgate, você pode ganhar mais ou menos do que o estimado, proporcionalmente ao tempo da aplicação financeira. Por isso, é pouco indicado realizar o resgate antecipado, já que você pode perder parte do retorno esperado.

2. CDB

O Certificado de Depósito Bancário é mais um investimento corrigido pela inflação. Ele é um título privado, emitido por instituições financeiras, de forma a pagar parte das suas operações de crédito.

Ao investir em um CDB indexado pela inflação, você garante o retorno real. Apesar disso, o título é mais difícil de achar. Mesmo assim, vale a pena, já que o CDB tem a garantia do FGC. Com isso, você tem uma proteção extra no caso de falência do emissor do título.

O cuidado com o CDB tem relação com a liquidez. Ou seja, a possibilidade de resgatar a qualquer momento, ou esperar até a data de vencimento. Aém disso, analise a carência. Isto é, o período que deverá ser respeitado até que seja possível sacar o dinheiro antes da liquidez ser diária.

3. LCI e LCA

As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, se tratam de dois investimentos corrigidos pela inflação. Os dois correspondem a títulos privados, emitidos por instituições financeiras, e com cobertura do FGC.

O que difereciona os mesmos, é que um deles paga as atividades imobiliárias, e o outro, do agronegócio. A vantagem é que, embora sejam de renda fixa, são isentos do Imposto de Renda.

De forma a garantir que o rendimento esteja conforme o IPCA, é necessário ver as características da Letra de Crédito. Porém, essa é uma aplicaçao financeira de longo prazo, e que em geral, tem baixa liquidez. Ou seja, é necessário esperar até o vencimento, para regatar o valor investido. E o capital inicial constuma ser mais alto.

4. Debêntures

Os debêntures também são títulos privados, mas são empresas que os emitem. Os papéis são, em geral, com um vencimento longo. Além disso, a rentabilidade costuma ser mais alta, pois há mais risco. Isso porque, não existe a cobertura do FGC.

As debêntures indexadas pela inflação são as do tipo incentivado. Em geral, o valor do investimento é mais acessível. E assim como LCI e LCA, há isenção de Imposto de Renda. Porém, o prazo de vencimento é longo e a liquidez é baixa.

5. Ações

Existem algumas empresas que negociam as suas ações na bolsa de valores, e assim, garantem proteção contra a inflação. Em geral, são aquelas que trabalham com serviços básicos e consumo. Por exemplo: as de saneamento, energia elétrica e alimentação.

6. Fundos imobiliários

Trata-se de um investimento corrigido pela inflação, mas pelo IGP-M. Isso porque, o reajuste dos aluguéis é feito conforme esse índice. E nesse caso, o investimento muda de acordo com o indexador.

A correção de valores nos contratos de aluguel é anual. Com isso, a aplicação financeira protege o capital, e assim, garante um ganho real. Porém, toda operação lucrativa sofre a incidência de tributos.

7. Fundos de inflação

Esses fundos costumam acompanhar ou superar a inflação. A referência pode ser o IPCA, ou o IMA-B - indexador que representa a performance de uma carteira teórica de títulos públicos Tesouro IPCA+.

8. ETFs de renda fixa

Em suma, os fundos de índice de renda fixa acompanham os títulos públicos e privados indexados pela inflação. Existem poucas opções no mercado e é feita a cobrança de taxa de administração. Sendo assim, nem sempre são a melhor opção. Ainda assim, é uma possibilidade. Ademais, tome cuidado com a liquidez, que é baixa.

Um investimento corrigido pela inflação vale a pena?

Neste ano, a inflação está alta. Para se ter ideia, os dados do IPCA-15 de junho, apontam que o acumulado de 12 meses já chega a 12,04%. Diante disso, é preciso saber onde investir para proteger o seu dinheiro.

Em suma, você pode aplicar em qualquer ativo. Porém, se o retorno ficar abaixo de 12,04%, o rendimento vai ser negativo. Ou seja, você receberá o capital mais juros. Entretanto, o seu poder de compra vai estar menor. E assim, o seu dinheiro não trabalhou para você.

Se ficar acima desse valor, existe um ganho real. É o caso dos investimentos indexados pela taxa básica de juros, a Selic, ou pelo Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Você vai ter uma rentabilidade superior à inflação.

No entanto, esses dois fatores dependem do resultado da Selic, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias. Em junho de 2022, está em 13,25%, conforme o Banco Central.

Diante disso, o que fazer? Uma opção é justamente investir nos ativos corrigidos pela Selic e pelo CDI, se a taxa básica de juros estiver acima do IPCA. Ou optar por ativos corrigidos pela inflação. Por isso, o foco deve ser a diversificação dos investimentos.