A Captalys Companhia de Crédito protocolou um pedido de registro de oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês) junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 10 de setembro deste ano.

Segundo o documento enviado à CVM, que agora irá analisar a solicitação da empresa, a Captalys também pretende ser listada no segmento Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), nível que exige regras mais rígidas quanto à governança corporativa e transparência. Para tanto, a empresa irá assinar o Contrato de Participação no Novo Mercado com a B3 antes da estreia no mercado financeiro.

O futuro IPO da Captalys

A Captalys pretende realizar um IPO com distribuição primária de ações do tipo ordinária (ON) - que traz aos cofres da empresa os recursos captados - e distribuição secundária de ações sob titularidade de acionistas, esses que terão direito sobre o dinheiro levantando na operação.

Foram contratados como coordenadores do IPO da Captalys as instituições financeiras BTG Pactual que é o coordenador-líder, o Itaú BBA e o Credit Suisse.

Com sua parte, isto é, com os recursos levantados com a distribuição primária do IPO, a Captalys disse que projeta realizar uma expansão da companhia após a operação, por meio de:

  • Investimentos para crescimento orgânico;
  • Potenciais aquisições de empresas (M&As) para consolidação de sua tese de investimentos.

Um pouco sobre a Captalys

A Captalys é uma empresa de tecnologia financeira que opera como uma plataforma de infraestrutura de crédito. Com ousada proposta de inovar o mercado brasileiro de crédito, a empresa possui atualmente um time com 350 colaboradores.

Em posição competitiva, a Captalys possui hoje uma base com quatro milhões de tomadores de crédito espalhados por mais de 70 setores da economia. Segundo o documento divulgado, a empresa processa um volume de crédito de R$ 1,8 bilhão por mês.

"Enquanto é claro que crédito é um mercado de dois lados, com devedores de um lado e credores no outro, a plataforma da Captalys incorpora também as necessidades de empresas, que gozam de múltiplas vantagens ao oferecerem soluções de crédito para as pessoas e empresas com as quais fazem negócios. A oferta nativa de crédito por empresas não financeiras é chamada de embedded credit e proporciona às empresas uma nova forma de se aproximarem de suas comunidades de negócios e gerarem receitas adicionais", explica o documento enviado à CVM.

A Captalys oferece aos seus clientes um ambiente tecnólogico que integra três linhas diferentes de negócios, importantes para o desempenho das operações de crédito, sendo elas:

  1. software para originar, analisar, precificar e processar crédito;
  2. infraestrutura completa para monitorar, cobrar e gerir os ativos de crédito e empacotá-los em veículos de investimento acessíveis pelo mercado de capitais;
  3. capital, fornecido através de fundos de investimento geridos pela subsidiária Captalys Gestão.

"Um dos elementos fundamentais que diferenciam a Captalys de outros provedores de sistemas de crédito é o nosso compromisso em operacionalizar produtos de crédito mais adequados às realidades financeiras das comunidades que eles pretendem atender. Como cada empresa interage de maneira diferente com seus respectivos clientes e parceiros, arquitetamos nossa tecnologia para possibilitar a operacionalização de produtos de crédito altamente customizados em escala", explica a Captalys.

Dentre os clientes da empresa atualmente estão Vivo, Cielo, Nubank, B2W, a Easynvest - recém-adquirida pelo Nubank -, dentre outros. Segundo a empresa, os usuários conseguem personalizar o serviço de crédito conforme a necessidade, estabelecendo prazos e diferentes formas de pagamentos, por exemplo.

Em 2018, a Captalys lançou a fintech de crédito Tomático, cujos serviços são destinados a empresas brasileiras de pequeno e médio porte. Considerada pioneira no Brasil, a Tomático faz adiantamentos de recebíveis das vendas dos comércios com cartão de crédito e débito, recebendo uma comissão para processar as transações.

Além disso, a Captalys também está exposta ao mercado de agronegócio por meio da fintech PagAgro, responsável por promover soluções de capital de giro a operadores do setor, "onde auxilia desde o upload de recebíveis pela plataforma até a validação e cálculo de taxa de desconto, para tornar o montante final disponível", explica o documento do IPO.

A empresa também opera um marketplace, chamado FinanFor, de recebíveis digitais integrado com sistemas de gestão de grandes empresas, que, funcionando por meio de leilão reverso, transacionou R$ 7,5 bilhões em 2020.

IPO's previstos para 2021

Segundo os registros da CVM, até 16 de setembro deste ano há uma lista de 27 empresas com pedidos de IPO sendo analisados. Veja abaixo quais são os nomes que podem estrear na B3 ainda em 2021:

Empresa Pedido de IPO iniciado em Situação
Rio Branco Alimentos 26/02/2021 Em análise
Rio Energy Participações 03/03/2021 Em análise
Invest Tech Participações e Investimentos 17/05/2021 Em análise
CSN Cimentos 17/05/2021 Em análise
Conasa Infraestrutura 31/05/2021 Em análise
Monte Rodovias 14/07/2021 Em análise
Vix Logística 27/07/2021 Em análise
Ammo Varejo 28/07/2021 Em análise
Althaia Indústria Farmacêutica (ALTF3) 30/07/2021 Reservas entre 10 a 22 de setembro
Bluefit Academias (BFFT3) 30/07/2021 Reservas entre 13 a 23 de setembro
Madero Indústria e Comércio 02/08/2021 Em análise
Dori Alimentos 10/08/2021 Em análise
Unigel Participações 11/08/2021 Em análise
Comerc Energia 16/08/2021 Em análise
Lupo 17/08/2021 Em análise
Environmental ESG Participações 18/08/2021 Em análise
Vero 18/08/2021 Em análise
ISH TECH 19/08/2021 Em análise
Cerradinho Bioenergia 20/08/2021 Em análise
Coty Brasil Comércio 25/08/2021 Em análise
Claranet Technology 26/08/2021 Em análise
Fulwood 31/08/2021 Em análise
Cencosud Brasil Comercial 01/09/2021 Em análise
BMRV Participações (RV Digital) 01/09/2021 Em análise
JFL Holding 02/09/2021 Em análise
Datora Participações e Serviços 03/09/2021 Em análise
Captalys Companhia de Crédito 10/09/2021 Em análise
Fontes: CVM/Poupar Dinheiro - consulta em 16/09/2021